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\"Florianópolis precisa dar o próximo salto: inovação, qualificação e planejamento são fundamentais para 2030\", diz Diego Brites Ramos, Presidente da ACATE e CEO da Teltec Solutions. Foto: divulgação

Diego Brites da ACATE: Florianópolis é a capital nacional das startups

Florianópolis chegou a um patamar que poucos imaginavam há algumas décadas. Saímos de um pequeno polo tecnológico para nos tornarmos um dos principais ecossistemas de inovação do Brasil. Hoje, a cidade abriga mais de 6 mil empresas de tecnologia, com um faturamento que já ultrapassa R$ 12 bilhões anuais.

Fomos reconhecidos oficialmente como a Capital Nacional das Startups. Mas essa conquista não pode ser vista como um ponto de chegada. Pelo contrário, é apenas o começo. O que nos trouxe até aqui não será suficiente para garantir que Florianópolis siga crescendo de maneira sustentável nos próximos anos. Precisamos dar um novo salto, e isso passa por três grandes desafios: a formação de mão de obra qualificada, o planejamento urbano e a atração de investimentos estratégicos.

Sem isso, corremos o risco de ver nosso crescimento desacelerar e perdermos espaço para outras regiões que estão avançando rapidamente.

Por isso, fiquei honrado com o convite do LIDE Santa Catarina para participar do LIDE Tendências SC e debater o futuro da cidade com líderes empresariais e representantes do poder público.

O maior desafio que enfrentamos hoje não é a falta de empresas inovadoras, e sim a escassez de profissionais qualificados. Florianópolis opera em um cenário de pleno emprego, com taxa de desocupação em torno de 2,7%. Isso significa que o setor de tecnologia, que continua crescendo, já não encontra pessoas suficientes para preencher suas vagas.

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, tem defendido a importância de enfrentar esse problema de maneira estruturada. A prefeitura investe R$ 5 milhões anuais no Floripa Mais Tech, um programa voltado para capacitar novos talentos para a tecnologia. Segundo ele, essa iniciativa será ampliada para outros setores estratégicos, como turismo, hotelaria e gastronomia, que também enfrentam dificuldades na contratação de profissionais qualificados. Essa visão é essencial para garantir que o crescimento da cidade ocorra de maneira equilibrada. No entanto, esse esforço precisa ser ampliado. Empresas, universidades e governo precisam atuar juntos para criar novos mecanismos de capacitação que atendam à demanda do mercado. A competição global por talentos já é uma realidade, e Florianópolis precisa garantir que continue sendo um polo atrativo para profissionais altamente qualificados.

Florianópolis não pode se apoiar apenas no crescimento espontâneo. Precisamos de um planejamento urbano e econômico que garanta que a cidade continue funcionando para seus moradores e para os setores que impulsionam sua economia. O turismo e a saúde são exemplos disso.

Vinicius Lummertz, ex-ministro do Turismo, destacou que Florianópolis já vive um fenômeno de crescimento acelerado semelhante ao que previu em um artigo, de 1992, onde projetava uma cidade contínua ao longo do litoral catarinense. O que há 30 anos era uma teoria, hoje se tornou realidade – e cabe a nós garantir que essa expansão seja feita de maneira sustentável. Ele alerta que a cidade precisa de um planejamento que assegure que esse crescimento seja acompanhado de infraestrutura e mobilidade adequadas.

Já Sérgio Brincas, do Grupo Baía Sul, destacou o impacto da saúde na economia da cidade. A concentração de hospitais e clínicas em Florianópolis gera uma enorme movimentação de empresas e profissionais, mas também impõe desafios para a mobilidade urbana e a oferta de serviços. Ele defende que, sem planejamento adequado, essa concentração pode sobrecarregar a infraestrutura da cidade, afetando não só o setor da saúde, mas toda a dinâmica urbana.

Não podemos continuar crescendo sem organização. O turismo, a saúde e a tecnologia são pilares econômicos da cidade, e é fundamental garantir que a estrutura urbana suporte esse crescimento sem comprometer a qualidade de vida dos moradores e trabalhadores.

Se queremos que Florianópolis seja um polo global de inovação, precisamos olhar para além da tecnologia tradicional e explorar novas oportunidades. O setor de energia é um desses caminhos. Pedro Rio, CEO da Clarke Energia, trouxe uma visão interessante sobre o papel de Florianópolis na transição energética do Brasil. Segundo ele, o país tem potencial para se tornar um dos líderes globais em energia barata e limpa, e Florianópolis pode estar no centro dessa transformação. Com o crescimento exponencial da inteligência artificial e da demanda por data centers, a cidade tem uma oportunidade única para atrair empresas globais que precisam de infraestrutura energética confiável e sustentável. Além disso, ele destacou como a inovação pode transformar o mercado energético. O modelo tradicional precisa ser modernizado, e Florianópolis tem potencial para se tornar referência nesse setor, assim como já fez com a tecnologia. Se conseguirmos combinar nosso ecossistema inovador com um setor energético competitivo, a cidade pode atrair investimentos estratégicos que impulsionem ainda mais nossa economia.

Florianópolis chegou até aqui porque empreendedores, universidades e o poder público souberam transformar um pequeno ecossistema de inovação em um dos mais promissores do país. Mas o futuro dependerá das decisões que tomarmos agora. Se quisermos continuar crescendo, precisaremos investir mais em qualificação, criar um planejamento urbano eficiente e atrair investimentos que impulsionem nossa competitividade global.

O presidente do LIDE Santa Catarina, Delton Batista, reforçou que Florianópolis já é uma referência nacional e que seu crescimento precisa ser sustentável. Para ele, a cidade pode servir de modelo para outras regiões do Brasil, mas isso exige planejamento e estratégia de longo prazo.

O caminho para 2030 será definido pelas escolhas que fizermos agora.

Se conseguirmos fortalecer nossa governança, ampliar a formação de talentos e preparar a cidade para os novos desafios da economia global, Florianópolis seguirá como referência de inovação, turismo, saúde e tecnologia no Brasil – e, quem sabe, no mundo.

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