Os resultados de pesquisa indicam que a governança do ecossistema catarinense, do qual Florianópolis faz parte ativamente, é marcada por alguns pontos principais:

Atores Diversificados e Colaboração: O ecossistema envolve múltiplos atores, como universidades (ex: UDESC, UFSC), empresas, governo (estadual e municipal), entidades de fomento (ex: FAPESC), e organizações da sociedade civil (ex: ACATE, FloripAmanhã). A colaboração entre esses grupos é um foco constante, muitas vezes orientada por mecanismos de coordenação.

Pacto pela Inovação: Um marco importante foi a oficialização do Pacto pela Inovação em Santa Catarina (evento realizado em Florianópolis), um conjunto de ações com o qual governo, universidades, entidades e empresas se comprometem a acelerar o desenvolvimento do ecossistema. Esse pacto exige uma governança adequada para sua execução.

Modelo de Governança: O modelo tende a ser:

Descentralizado: Embora exista uma liderança central, a abordagem incentiva o protagonismo e a ação descentralizada dos diversos atores.

Baixa Formalidade: Há uma tendência a relações menos rígidas e formais.

Orquestração: O desafio da sustentabilidade do ecossistema envolve a capacidade de mobilizar novos “orquestradores” que ajudem a coordenar as ações.

Iniciativas e Programas:

O programa estadual SC Mais Inovação, coordenado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), busca conectar governo, iniciativa privada, academia e sociedade civil, com Florianópolis sendo um polo importante.

Existem inciativas focadas em áreas específicas, como o Observatório de Inovação Social de Florianópolis (ligado à UDESC), que visa fomentar a inovação social e sua interação com políticas públicas.

Reconhecimento: Florianópolis é reconhecida em rankings internacionais (como o da Startup Genome) como um dos ecossistemas de inovação mais respeitados da América Latina, sendo um exemplo global de cidade média inovadora.

Pesquisa Acadêmica: O tema é amplamente estudado, com foco na governança em rede no contexto dos ecossistemas de empreendedorismo inovador, buscando modelos que promovam o desenvolvimento regional inteligente a partir da colaboração entre a quádrupla hélice (empresas, governo, universidade e sociedade).

Em resumo, a governança em Florianópolis e Santa Catarina é caracterizada por um esforço de coordenação colaborativa e descentralizada entre os principais atores, visando sustentar o crescimento e o reconhecimento do ecossistema.

ECOSSISTEMA DE  INOVAÇÃO EM FLORIANÓPOLIS

O ecossistema de inovação de Florianópolis, muitas vezes apelidada de “Ilha do Silício” brasileira, é um dos mais proeminentes e desenvolvidos do país e tem reconhecimento internacional. A cidade se destaca por transformar restrições geográficas em vantagens estratégicas, criando um ambiente altamente favorável para startups e empresas de tecnologia.

Aqui estão os principais aspectos e características que fazem o ecossistema de Florianópolis ser um sucesso:

Pontos Chave do Ecossistema

1. Alta Concentração de Tecnologia e Startups
Densidade de Startups: A cidade possui uma densidade de startups por habitante que chega a ser dez vezes maior do que a de São Paulo.

Economia Local: Cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da capital catarinense está ligado ao setor de tecnologia, totalizando mais de 6 mil empresas e gerando milhares de empregos diretos.

Reconhecimento Global: Florianópolis é reconhecida em relatórios globais (como o Global Startup Ecosystem Report) como um dos principais ecossistemas de startups em cidades de médio porte no mundo.

2. Atores e Instituições de Suporte
O sucesso do ecossistema é impulsionado por uma rede robusta e colaborativa de diferentes atores:

Instituições de Ensino Superior (IES): A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é um pilar fundamental, tendo impulsionado a base científica e tecnológica da cidade desde os anos 1960.

Entidades de Classe: A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) desempenha um papel central na articulação e desenvolvimento do setor.

Governo: Políticas públicas estratégicas, como a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) e leis municipais de inovação, contribuíram fortemente para o ambiente empreendedor.

3. Infraestrutura e Habitats de Inovação
A infraestrutura física e de apoio é essencial:

Incubadoras e Aceleradoras: Florianópolis sediou a fundação da primeira incubadora tecnológica do Brasil, o CELTA, em 1986. Hoje, a infraestrutura inclui duas das principais incubadoras brasileiras.

Centros de Inovação: A Rede de Inovação Florianópolis, uma parceria entre a Prefeitura e a ACATE, credencia diversos centros de inovação espalhados pela cidade, como o CIA Primavera, CIA Sapiens e CIA Downtown, visando estimular a cultura de inovação e gerar negócios.

Parques Tecnológicos: O Sapiens Parque é um importante complexo que concentra empresas, centros de pesquisa e institutos.

Inovação Aberta: Iniciativas como o LinkLab (da ACATE) facilitam a aproximação entre grandes empresas e startups para promover a inovação aberta.

Histórico e Cultura de Inovação
A trajetória de destaque começou com uma visão estratégica de longo prazo, desde os anos 80, focada em inteligência, inovação e retenção de talentos. Essa mentalidade gerou um mindset de colaboração entre os envolvidos na área de tecnologia, o que fortaleceu o ecossistema.

Florianópolis é um modelo de como a colaboração entre a academia, o setor privado e o governo pode criar um ambiente fértil, transformando a cidade em um player global de inovação e atraindo investimentos, profissionais e empresas.

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