Evolução de novos profissionais, construção de marca e relação entre publicidade e jogos pautaram painéis da tarde no palco Arena South Summit do Tecnopuc Experience
O protagonismo da universidade na formação de desenvolvedores de jogos fomentou o primeiro debate da tarde, no palco Arena South Summit, na 8ª edição do Tecnopuc Experience, realizado nesta quinta-feira (30), na PUCRS. O painel “Do campus ao mercado: O papel das universidades no futuro da indústria de games”, mediado pelo professor da PUCRS Marcelo Cohen, reuniu Eduardo Müller, João Ricardo Bittencourt e Marcelo Fardo, que coordenam cursos de jogos digitais na UCS, na Unisinos e na Feevale, respectivamente.
Bittencourt reiterou que as universidades precisam defender o seu valor na formação dos profissionais que ingressam no mercado, em um cenário povoado por canais de YouTube que tentam competir com o espaço de aprendizado acadêmico e científico. Os professores também destacaram a importância de apostar no empreendedorismo.
Marcelo Fardo comentou sobre a diferença entre paixão e profissionalismo. Segundo ele, muitos profissionais que gostam de games não se sentem seguros em investir em um curso de jogos digitais por insegurança com relação ao mercado e optam por outros cursos da área de TI. Por outro lado, ele diz que nem todo fã de games se torna um bom desenvolvedor.
“É preciso formar uma mão de obra altamente especializada com muito conhecimento e muita técnica. E para isso, é preciso resiliência e disciplina”, disse Fardo.
Construção de marca
Na sequência, o polonês Patryk Grzeszczuk, que é expert em marketing e design de games, falou sobre os desafios de rentabilidade neste mercado. Ele comenta sobre o avanço tecnológico, que facilitou o desenvolvimento ao longo dos anos, ao contrário do que ocorreu com o mercado, que hoje é mais competitivo e volátil.
Segundo ele, o diferencial que pode garantir espaço no mercado é a construção da marca. Entre os pontos que devem ser levados em conta quando se planeja um jogo, o especialista cita uma boa definição de premissa e da experiência que se oferece aos jogadores.
“Não é uma escolha sua se o seu jogo vai virar uma marca. As pessoas que entram em contato com o seu jogo é que definem isso, porque esse jogo toma um espaço emocional nos jogadores. Uma marca forte torna as pessoas engajadas e isso se converte em vendas”, explicou Grzeszczuk.
No painel seguinte, Carlos Tevo Farneda, diretor de criação da House of Creativity (HOC), mediou uma conversa com Felipe Bello, da Little Devil Company, e Guilherme Gonçalves, da Hermit Crab. O debate focou em como a tecnologia de games e a narrativa dos jogos podem ser usadas para criar experiências de marca imersivas. Os convidados comentaram sobre gamificação e o uso de jogos pelas marcas. Um exemplo citado foram os jogos de futebol construídos pela Hermit Crab dentro da plataforma Roblox como forma de se conectar, especialmente, com a geração Alfa.
“Os games são plataformas que permitem que as marcas conversem com as pessoas com uma linguagem mais fluída e contemporânea”, comentou Guilherme Gonçalves.
O painel seguinte visou a conexão do universo dos games com o audiovisual, discutindo como a tecnologia e a narrativa se integram. No diálogo, Marcelo Figueiredo, da Radioativa Game Sounds, Marcelo Lacerda, da Magnopus, e Pedro de Lima Marques, da Forno FX, discutiram o processo criativo por trás de trilhas sonoras e efeitos que transformaram produtos culturais em fenômenos globais.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.
