Painéis do palco CMPC do Tecnopuc Experience debateram a importância da inclusão e diversidade no mercado profissional
Não há inovação sem cuidado e respeito às pessoas. Esse foi o recado no palco CMPC do Tecnopuc Experience, que trouxe importantes reflexões sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho.
Já imaginou a potência do encontro da energia da Geração Z e a experiência da Geração Prateada (40+)?
O futuro do trabalho não é sobre tecnologia, máquinas e inteligência artificial, mas sobre gente e inteligência emocional.
“Tem a ver com qualidade de vida, propósito no trabalho. Todas as gerações querem isso”, pontua Stefan Ligocki, fundador da Madura Idade.
Para ele, houve um excesso de juniorização do mercado de trabalho, jovens como sinônimo de tecnologia, inovação e criatividade em contrapartida aos estereótipos de que profissionais maduros são cansados, desatualizados, resistentes ou caros, o que considera relativo. Por outro lado, a Geração Z é taxada como “mimizenta” e preguiçosa.
Helena Kich, COO da Perestroika, diverge: “é preciso equilibrar os pontos importantes para a empresa e para o indivíduo. ‘Faça isso’ é diferente de ‘faça isso porque…’”, sublinha Helena.
Para se manter relevante num mercado em constante transformação fazendo transição de carreira, Stefan Ligocki sugere:
– Lifelong learning (aprendizado contínuo), principalmente em ferramentas digitais.
– Trabalhar a marca pessoal, intensificando seu networking constante.
– Aprimorar o currículo, principalmente o LinkedIn, que é a maior rede profissional no mundo.
– E ter abertura para o novo, novas possibilidades de carreira e formatos de trabalho.
Persistência foi uma grande lição passada por Ricardinho, gaúcho ganhador de quatro medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos e eleito melhor do mundo três vezes com a Seleção Brasileira de Futebol de Cegos.
“Tem gente que sucumbe e outros encontram forças na adversidade para superar.’”, contou.
Ricardinho perdeu a visão aos oito anos e, aos 10, voltou a jogar futebol com uma bola enrolada em uma sacola plástica para que pudesse ouvir o barulho. Aos 16, iniciou sua trajetória na Seleção Brasileira.
“Cada pessoa tem uma história, mas posso afirmar que a gente domina o campo das escolhas. Meu primo queria tirar a sacola da bola e eu finquei o pé. Existe hierarquia e respeito para viver em sociedade, mas noto que algumas pessoas desistem facilmente. O obstáculo foi feito somente para a gente superá-lo.”
Superação de adversidades também inspirou a fala de Noah Scheffel, homem trans e autista que fundou o EducaTRANSforma, que forma e capacita gratuitamente pessoas transgênero para o mercado de trabalho de tecnologia e inovação, além de fazer ponte para a empregabilidade no Hub EducaTRANSforma e dar apoio integral.
“Estamos distantes demais da pluralidade nas organizações. Ainda não paramos para pensar nela como valor importante na tomada de decisão diariamente. Falamos sobre isso, mas no nosso cotidiano a pauta não está incorporada”, afirmou Noah.
Eduardo Borba, da Odabá, associação de afroempreendedores, chamou a atenção para a cadeia de fornecedores das empresas, geralmente com lista pré-estabelecida com quase sempre os mesmos pouco diversos.
“Se a empresa dialoga com a diversidade e tem prática de sustentabilidade, é preciso olhar para quem está contigo e fornece para ti. Tem empresas que não aceitam notas de MEI. O que exclui milhões de trabalhadores”, diz.
“Vivemos em uma sociedade diversa, mas que ainda exclui as pessoas que são diferentes”, declarou Noah, finalizando os debates do dia.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.