Nos painéis do Tecnopuc Farol Social Hub, especialistas mostraram como a economia circular está transformando negócios, inspirando políticas públicas e apontando caminhos para um novo modelo de desenvolvimento sustentável
Nos palcos do Tecnopuc Farol Social Hub, a economia circular foi o centro de um debate que uniu ciência, inovação e propósito. Dois painéis – um sobre modelos de negócio sustentáveis e outro sobre pesquisa e políticas públicas – mostraram que o futuro passa pela capacidade de transformar resíduos em valor, redesenhar sistemas e construir uma economia mais justa e regenerativa.
Na palestra sobre Economia circular, a economista Beatriz Luz, fundadora da Exchange4Change Brasil, foi direta: “A economia circular não é moda – é necessidade urgente.” Ela lembrou que 45% das emissões globais estão ligadas ao modo como produzimos, consumimos e descartamos materiais. Para enfrentar o problema, o Brasil deu passos importantes, como o decreto que define metas de reciclagem de 32% até 2026 e o avanço da Política Nacional de Economia Circular, atualmente em tramitação no Senado. Mas, para Beatriz, circularidade é mais que reciclar.
“Não adianta só criar diretrizes e metas se o mercado e a sociedade não estiverem juntos para implementar. A transição exige redesenhar produtos e mercados e, sobretudo, reconstruir relações de confiança. A confiança é o combustível da nova economia”, resumiu Beatriz, ao citar exemplos inspiradores – de tijolos feitos com rejeitos de barragens a tecidos criados a partir de cascas de laranja pela indústria da moda italiana.
O segundo painel, “Pesquisa e política pública em Economia Circular”, destacou que inovação e ciência precisam caminhar junto com o poder público.
“Não é só resolver o problema, é redesenhar o sistema e evitar o problema”, pontuou Beatriz Luz, destacando a criação da Estratégia Nacional de Economia Circular, que estrutura metas e ações em cinco dimensões – do arcabouço regulatório ao desenvolvimento de cidades sustentáveis. O Fórum Nacional de Economia Circular, lançado em 2025, será responsável por acompanhar a execução desse plano de ação pelos próximos 10 anos.
Já o professor da PUCRS Augusto Mussi Alvim destacou que “a pesquisa terá impacto limitado se não estiver ligada à educação”. Ele apontou a importância de iniciativas que aproximam ciência e comunidade, como o turismo científico, e defendeu modelos de negócio sustentáveis que integrem preservação e desenvolvimento econômico.
A professora Maira Petrini (PUCRS e Tecnopuc Farol Hub) reforçou que a circularidade também é uma mudança cultural.
“Os R’s da economia circular – reduzir, reutilizar, reciclar – indicam diferentes níveis de circularidade. A reciclagem é importante, mas precisamos avançar para formas mais transformadoras”, argumentou Maira.
Entre exemplos, dados e reflexões, ficou evidente que a economia circular é mais do que um conceito técnico: é um projeto coletivo de futuro. Um movimento que exige cooperação entre governos, universidades, empresas e sociedade para redesenhar a forma como vivemos, produzimos e cuidamos do planeta.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.
 
								 
								 
													 
								 
								 
								 
								 
             
             
             
             
             
             
             
             
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								