Imersão internacional e debates no NAVI revelam como ética, dados e diversidade guiam o avanço responsável da inteligência artificial
A segunda palestra do Tecnopuc Experience no NAVI, hub de Inteligência Artificial e Ciência de Dados, destacou a conexão entre diferentes esferas da sociedade em relação à IA. Entre Washington D.C., New Hampshire, Califórnia, Colorado e Flórida, a pesquisadora Aline Barbosa, eticista, mestranda em Filosofia pela PUCRS e CEO da Ibiama, participou de uma imersão pelo International Visitor Leadership Program (IVLP), promovido pelo Departamento de Estado dos EUA.
O objetivo da experiência foi compreender como a tríade academia, governo e empresas se conecta para impulsionar o desenvolvimento ético e estratégico da IA. Junto com outros pesquisadores, Aline vivenciou durante 21 dias como o ambiente acadêmico norte-americano fomenta pesquisas aplicadas e colaboração internacional.
Na Universidade de Georgetown, visitou o Centro de Estudos Políticos e Sociais e conheceu iniciativas voltadas à governança e segurança de IA, com foco na harmonização de práticas e padrões globais. Já em Dartmouth College, onde o termo “Inteligência Artificial” nasceu, o destaque foi para a aplicação ética da IA na medicina, reforçando a importância de dados diversos e acessíveis para diagnósticos e tratamentos mais justos.
O tour não parou por aí. “Nos Estados Unidos, não há uma política única de IA. Cada Estado tem autonomia para definir seus próprios padrões, focos e colaborações. Lá, é preciso entender as regras locais para conseguir fazer qualquer projeto avançar”, destacou a pesquisadora.
Continuando a viagem, o grupo passou por Colorado Springs, onde observou parcerias público-privadas que unem cibersegurança e IA, e depois pela Califórnia, onde descobriu como universidades compartilham datasets curados gratuitamente com pesquisadores de todo o mundo, fortalecendo a inovação aberta. Na Flórida, conheceu abordagens da comunidade para inovação e empreendedorismo.
Aline conclui que não há IA sem contexto: qualidade dos dados, ética e compreensão política são essenciais. “Sem dados de qualidade, a tecnologia não entrega resultados duradouros. Precisamos construir IAs que sirvam a todos, e isso começa fazendo as perguntas certas”, conclui.
Após explorar como a Inteligência Artificial vem sendo desenvolvida em diferentes contextos nos Estados Unidos, a programação seguiu com um olhar igualmente transformador: o papel das mulheres nesse novo cenário tecnológico.
Na palestra conduzida por Sara Stempkowski, da Al First School, e Sibele Faller, da Beetouch.ai, o público foi convidado a refletir sobre como a IA abre espaço para múltiplas trajetórias profissionais, e não apenas para quem vem da programação.
Psicologia, gestão de pessoas, comunicação, ética e ciências sociais foram apresentadas como áreas fundamentais para garantir que a IA avance de forma responsável, inclusiva e centrada no ser humano.
Durante o encontro, as palestrantes também anunciaram o primeiro Encontro de Mulheres na Inteligência Artificial do Rio Grande do Sul, previsto para março de 2026, com o objetivo de fortalecer a rede de profissionais e pesquisadoras da área.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.