A gestão de risco no agronegócio brasileiro entra em uma nova era impulsionada pela tecnologia e inteligência de dados em larga escala. Essa foi a conclusão do painel “Avanço da gestão de riscos financeiros: impulsionando o agro através da tecnologia”, realizado na terceira edição do evento proprietário O Agro do Futuro, da Agrotools, maior ecossistema de soluções digitais para o agro. O debate reuniu líderes de instituições financeiras e o órgão regulador, destacando a sinergia essencial entre financiamento, tecnologia e conformidade regulatória para sustentar o crescimento do setor, que hoje responde por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No crédito rural puro, por exemplo, a representatividade saltou de 7,2% para quase 13% em aproximadamente oito anos.
Tecnologia no centro da gestão de risco e crédito
A discussão apontou que, frente à explosão de crescimento do agro e a crescente demanda por capital e sustentabilidade, a tecnologia deixou de ser um diferencial e se tornou um pilar vital.
Cláudio Filgueiras, Chefe de Departamento do Banco Central, enfatizou a importância da transparência para a concorrência e o desenvolvimento do mercado, citando o avanço na gestão de informações. “O nosso sistema (SICOR) não consegue sobreviver sem a tecnologia. Hoje, olhamos 1.300 quesitos antes de qualquer operação que entra, o que já dá uma qualidade muito grande. Conseguimos olhar as 2 milhões de operações de crédito rural em tempo real, verificando geolocalização, cultura e até se a operação se encaixa em áreas vedadas, agindo como segunda linha de defesa para o mercado”, ressalta.
No âmbito do crédito, a transparência de preço e a desfragmentação de informações foram destacadas como ferramentas poderosas para o produtor. Ana Carla Abrão, Diretora Presidente do Open Finance Brasil, ressaltou o papel da infraestrutura na democratização do acesso. “O Open Finance permite que as relações financeiras fragmentadas do cliente sejam enxergadas a partir de sua autorização, tornando a avaliação de risco mais completa e dando mais poder à pessoa. Mais informação é sempre melhor, não só para precificar e avaliar o risco, mas para o cliente usar a informação em seu próprio benefício”, pontua.
Sustentabilidade e o capital internacional
Para os investidores globais, a tecnologia é a ponte entre produtividade e responsabilidade. Mônica Gonçalves, Senior Investment Officer do IFC (Banco Mundial), explicou que a confiança e a previsibilidade dependem da capacidade de mensuração. “O investidor institucional global busca compromissos socioambientais. Tecnologia como satélites, sensores e blockchain permite a rastreabilidade da produção, garantindo conformidade com exigências de desmatamento zero. Essa confiabilidade na mensuração ajuda a estruturar financiamentos verdes e torna o setor mais atrativo”.
Pedro Barreto, Diretor de Agro do Itaú BBA, salientou que a agenda ESG é uma oportunidade de negócio. “A gestão de risco no agro passou de uma realidade de dados estáticos para dinâmicos. A régua socioambiental vem antes e é binária. Para nós, a sustentabilidade é uma agenda de oportunidade: é como damos as mãos aos clientes, estimulamos a evolução de práticas e fazemos mais operações para essa venda de transição climática”, ressalta.
Na vanguarda com soluções
Com 19 anos de atuação no setor oferecendo soluções que viabilizam o elo entre dados, crédito e sustentabilidade, a participação da Agrotools em projetos de rastreabilidade de fornecedores indiretos para grandes traders, financiados pelo IFC e alinhados a padrões de desmatamento zero, valida a relevância de suas tecnologias para a gestão de cadeias produtivas complexas e a segurança jurídica para o capital internacional.
“O agronegócio é mais do que números. É inovação, tecnologia avançada, inteligência de dados, sustentabilidade e compromisso com o futuro. Vivemos um momento sensível em nosso setor e a saída para esse cenário está ligada à nossa capacidade de construir uma estratégia robusta com tecnologia de ponta e soluções de larga escala”, afirma Sergio Rocha, fundador e CEO da Agrotools.
A interação entre o regulador, os bancos e as plataformas tecnológicas como a Agrotools é fundamental para dar ao Brasil a capacidade de produzir alimentos com tecnologia, qualidade e respeito aos pilares da sustentabilidade.
Esse debate teve palco no “O Agro do Futuro”, que reforçou que a próxima fronteira do agronegócio passa, necessariamente, pela integração de dados, Open Finance, e o uso de IA e geolocalização, mostrando que a integração de dados e tecnologia não é apenas um diferencial, mas um imperativo para a competitividade, a sustentabilidade e a inclusão financeira do setor.
“A grande lição é clara, sem estratégia sólida não há competitividade. Precisamos agir rápido, potencializando aquilo que temos de melhor: energia limpa, nossa incomparável capacidade de produzir alimentos em grande escala, o valor sustentável que diferencia a nossa produção e a tecnologia agro validade em campo que transforma conhecimento em resultados concretos”, conclui o CEO da Agrotools.
Sobre a Agrotools
A Agrotools é o maior ecossistema de soluções digitais baseadas em uma plataforma de inteligência de dados para o agronegócio corporativo do mundo. Pioneira na utilização de novas tecnologias no agro, como sensoriamento remoto, IA, Blockchain e API’s, a bigtech utiliza tecnologia proprietária para entregar soluções digitais que analisam mais de 1.300 camadas de dados de múltiplas fontes com o objetivo de democratizar o acesso à informação no setor, sendo um pilar de eficiência, gestão de riscos e compliance ESG em qualquer operação com o campo. Hoje, a bigtech analisa mais de 4,5 milhões de territórios rurais e monitora R$ 15 bilhões em commodities. Além disso, são mais de R$ 50 bilhões em financiamento rural que contam com o suporte de ao menos uma das soluções da empresa, e cerca de R$ 100 bilhões em operações do agronegócio monitoradas.
Com mais de 200 colaboradores, a Agrotools é a primeira Agtech B Corp Global e possui certificação ISO 27001, referência Internacional para a gestão da Segurança da Informação.