Evento contou com a presença de diversas lideranças e autoridades do setor. Créditos: divulgação.

Sistema Transporte abre Estação do Desenvolvimento na COP 30

A abertura da Estação do Desenvolvimento, espaço do Sistema Transporte na conferência, foi marcada por declarações que apontam para a redução das emissões de carbono e para a inovação diante dos desafios climáticos.

O Sistema Transporte – formado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), pelo SEST SENAT e pelo Instituto de Transporte e Logística (ITL) – realizou a cerimônia de abertura da Estação do Desenvolvimento, na COP30, nesta segunda-feira (10), com a presença de ministros do Governo Lula e outras autoridades no espaço dedicado a promover debates técnicos, conexões entre participantes, apresentações culturais e demonstrações tecnológicas.

No evento, o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, afirmou que a Estação do Desenvolvimento nasce com o propósito de gerar conexões, compartilhar conhecimento e fortalecer o papel estratégico da logística e da mobilidade no desenvolvimento sustentável do Brasil. “Participamos das COPs desde o Egito e agora estamos aqui, em Belém, para conversarmos sobre transportes e buscar alternativas para que possamos fazer o transporte com segurança, com racionalidade e com a menor emissão de gases de efeito estufa”, comentou.

“Vamos apresentar aqui o inventário da emissão de CO₂ no setor de transportes, com o qual teremos um diagnóstico em mãos, que vai facilitar a elaboração de políticas públicas assertivas para atingir o real objetivo de fazer com que o transporte tenha uma redução nas emissões”, destacou. Vander também enfatizou a importância do Estudo da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes, realizado junto a mais de 50 empresas, que aponta 90 propostas para a redução de até 68% da emissão de carbono do setor até 2050, a partir de um amplo mapeamento.

O ministro das Cidades e da Mobilidade Urbana ressaltou a importância dos investimentos públicos para descarbonizar o setor de transporte, bem como a colaboração entre o setor público e a iniciativa privada. “Nosso programa de investimento do governo brasileiro, que só para o setor de mobilidade urbana é da ordem de 45 bilhões de reais, prevê recursos em metrôs, corredores de ônibus, BRTs, VLTs e renovação de frota”, pontuou. Ele declarou que, só com a renovação de frota, foram aportados mais de 10 bilhões de reais, incluindo a aquisição de ônibus elétricos e de ônibus movidos a biocombustível.”

Jader também mencionou o estudo realizado junto ao BNDES, o qual aponta a necessidade de investimentos na infraestrutura de transporte no Brasil. “Foram apontadas 21 regiões metropolitanas, com investimento total da ordem de 430 bilhões de reais. E é muito importante a gente compreender que não é só com investimentos públicos federais. Vamos precisar também trazer recursos da iniciativa privada para que nós possamos fazer, nos próximos 30 anos, os investimentos no Brasil”, disse.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, também apresentou um panorama de ações para o setor. “Transformamos compromissos ambientais em ações efetivas, obras, investimentos e políticas públicas que mudam a realidade do país. Em apenas três anos, retomamos e aceleramos 100 contratos de obras públicas e realizamos 20 leilões de concessões rodoviárias, contratando mais de 220 bilhões de reais — cerca de 40 bilhões de dólares — em novos investimentos para o país”, celebrou.

“Pela primeira vez, vinculamos a infraestrutura rodoviária a metas de sustentabilidade por meio da Portaria nº 622, de 28 de junho de 2024, que obriga a aplicação mínima de 2,5% do valor econômico de cada contrato em ações ambientais e de resiliência climática”, citou. Renan Filho também explicou que, desses recursos, 2,6 bilhões de dólares contratados chegarão, até 2026, a 4 bilhões de dólares, destinados à adaptação de obras, à eficiência energética e à proteção dos ativos estratégicos diante de eventos climáticos extremos.

O ministro destacou a implantação dos Corredores Azuis, que distribuem GNL e biometano pelo país, reduzindo em 30% as emissões do transporte pesado em relação ao diesel. “Em apenas um ano, o número de caminhões pesados a gás licenciados já equivale a 70% do número de caminhões dos últimos cinco anos. Boa regulação destrava a inovação, gera eficiência logística e reduz emissões”, declarou.

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou o papel estratégico da Confederação Nacional do Transporte (CNT) na agenda nacional, ao priorizar a integração da multimodalidade com foco na mobilidade.

O ministro relembrou que, ao assumir o cargo, propôs ao presidente Lula e ao ministro Renan Filho a criação da Secretaria Nacional de Hidrovias, diante do potencial pouco aproveitado das hidrovias brasileiras — apenas 12 mil km navegáveis de um total de 60 mil km. Destacou também a importância da costa litorânea de 8 mil km e explicou que, por isso, o governo criou a BR do Mar e está realizando a primeira concessão hidroviária da história do país.

“Essas hidrovias vão dialogar com a complementariedade da mobilidade urbana, com foco na sustentabilidade, na transição energética, na descarbonização e, como vocês sabem, a cada 25 barcaças navegando pelos nossos rios, significam 500 caminhões a menos nas nossas BRs”, lembrou.

“A COP 30 vai deixar um legado civilizatório para o nosso país, que quer cada vez mais produzir, mas produzir com sustentabilidade. O Brasil tem excelentes projetos. Temos mais de 300 bilhões em concessões — em portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, saneamento, entre outros setores fundamentais para o desenvolvimento do país”, listou.

“Estou muito feliz por poder participar, ao lado da CNT, desse momento histórico que o Brasil vive. Um evento que reúne mais de 60 mil pessoas, que vai colocar a Amazônia Legal na rota do desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil e resgatar a importância do Estado do Pará no desenvolvimento da região Norte do país”, concluiu.

Estação do Desenvolvimento

Localizada na Green Zone, área oficial da conferência, a Estação do Desenvolvimento será um ambiente propício para o relacionamento com stakeholders qualificados, onde autoridades, setor produtivo e conhecimento se encontram. Dessa forma, o Sistema Transporte chega à COP30 como um importante articulador multissetorial para o debate sobre transição energética no país, infraestrutura resiliente e descarbonização do setor.

“A presença ativa na COP 30 fortalece nossa atuação como articulador multissetorial no incentivo a políticas públicas alinhadas à agenda de sustentabilidade do país, mantendo diálogo contínuo com o poder público e mobilizando empresas e entidades por meio de um trabalho consistente, que inclui a conscientização do setor e a promoção de estudos que apontem soluções e contribuam para a transição energética no Brasil”, destaca Vinicius Ladeira, diretor do Sistema Transporte e líder do projeto COP30.

Instalada a cerca de 7 km do local oficial da COP, a Estação do Desenvolvimento funcionará de maneira complementar às Blue e Green Zones, favorecendo o protagonismo do transporte e de seus parceiros no principal evento global sobre o clima, já que está em uma região com potencial para atrair grande público — o Porto Futuro, próximo à Estação das Docas.

Parcerias: poder público e setor privado juntos

Para viabilizar a realização do projeto, foram firmados acordos de cooperação técnica com o Ministério dos Transportes e o Ministério de Portos e Aeroportos, coorganizadores da Estação, visando à atuação em projetos de sustentabilidade e cuidado com o trabalhador durante a COP30, com propostas de ações de saúde nos portos e a produção de dados e estudos técnicos nos setores portuário e hidroviário. A iniciativa marca mais um passo importante para alinhar o setor de transporte às metas globais de descarbonização, ampliar o cuidado com os trabalhadores e inserir os portos nacionais nas discussões da conferência.

No campo institucional, o Sistema Transporte conta com parcerias com o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), o Instituto Ethos, a Childhood e a ABANI (Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior).

O setor privado também marca presença no espaço. O MoveInfra (Movimento da Infraestrutura), um dos patrocinadores da Estação do Desenvolvimento, contribui para fortalecer o papel da infraestrutura na transição para uma economia verde, além de ampliar o alcance da iniciativa ao incentivar a participação de mais seis grupos com forte atuação em concessões de transporte e logística multimodal: EcoRodovias, Hidrovias do Brasil, Motiva, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo — empresas que atuam em setores estratégicos como rodovias, ferrovias, portos, hidrovias, aeroportos e mobilidade urbana.

Completam o time de patrocinadores a ATP (Associação de Terminais Portuários Privados) e a ABAC (Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem). Ambas as entidades devem trazer debates e propostas de soluções para o modal hidroviário brasileiro.

Programação: conhecimento e inovação em destaque

No palco técnico, a programação traz painéis temáticos com temas como: mudanças climáticas, adaptação, mitigação, infraestrutura resiliente e justiça climática; finanças sustentáveis; transição energética e descarbonização; agenda ESG; inovação tecnológica; mobilidade verde; transição justa e empregos verdes. O diálogo inclui projetos como o Estudo da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes, realizado junto a mais de 50 empresas, que aponta 90 propostas para a redução de até 68% da emissão de carbono do setor até 2050, a partir de um amplo mapeamento.

Outros projetos estruturantes e experiências bem-sucedidas do Sistema Transporte também estarão na pauta, como o programa Despoluir, que, em 18 anos de existência, já realizou cerca de 5 milhões de avaliações veiculares ambientais, com mais de 55 mil transportadores atendidos e 115 unidades móveis em operação por todo o Brasil.

Adicionalmente, a Estação do Desenvolvimento abriga os side events do Pacto Global da ONU, reforçando a importância do espaço. O Sistema Transporte integra o Hub de Biocombustíveis e Elétricos, criado pelo Pacto como parte da estratégia para a COP30. O Hub funciona como um centro de articulação, reunindo empresas, governo, academia e instituições financeiras para acelerar a adoção de combustíveis renováveis e a eletrificação no transporte. O Sistema Transporte aderiu ao Programa Pacto Rumo à COP30 e assegurou assento no Comitê Consultivo do Hub, participando de discussões técnicas e da formulação de propostas que buscam viabilizar uma transição energética justa, eficiente e financeiramente viável.

Imersão amazônica: atrações culturais e artísticas

Na agenda, está prevista ainda uma imersão cultural com experiências diferenciadas para os visitantes, como um passeio pelo rio Guamá, permitindo que delegações internacionais conheçam de perto a operação portuária, além de apreciar o ecossistema local. A Estação inclui também um palco artístico, que contará com shows de Fafá de Belém, Dona Onete, Zaynara e Trilogia.

A presença na COP30 é a continuidade de uma trajetória de participação ativa do Sistema Transporte nas conferências climáticas. Na COP28, em Dubai, a entidade destacou a importância do hidrogênio verde no painel que realizou sobre o papel do transporte brasileiro na transição energética. Durante a COP29, o Sistema Transporte conquistou maior protagonismo, com participação ativa na Blue e Green Zone, e foi destaque na programação dos espaços do Consórcio Amazônia Legal, da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da ApexBrasil (espaço oficial do governo brasileiro), com a “Tarde do Transporte e da Transição Energética”, evento que abrangeu discussões estratégicas e reforçou o protagonismo brasileiro na agenda climática.

Com essa atuação integrada e contínua, que combina articulação política, produção de conhecimento e execução de projetos, o Sistema Transporte se posiciona como um dos principais agentes a liderar a transformação do setor rumo a um modelo mais resiliente, limpo, eficiente e competitivo, alinhado aos compromissos climáticos globais.

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