Terceiro dia do evento teve também a entrega do Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2025 e marcou o encerramento da 2ª edição do maior encontro da construção na América Latina. Crédito da foto: Above Studios. 

Rio Construção Summit: debates sobre data centers, grandes obras e Novo PAC

Depois de três dias de atividades, chegou ao fim a 2ª edição do Rio Construção Summit 2025, o maior encontro da construção na América Latina, que reuniu ao todo cerca de 10 mil participantes até ontem (26), no Píer Mauá. Promovido pelo Sinduscon-Rio, o evento reuniu 270 especialistas em 72 atividades, somando 100 horas de debates gratuitos sobre inovação, desafios e o futuro da indústria da construção — que deve receber R$ 189,1 bilhões em investimentos até 2026. Produtividade, déficit habitacional, financiamento, licenciamento, qualificação de mão de obra e soluções ESG estiveram entre os principais temas em destaque.

O último dia trouxe debates sobre os impactos da transformação digital com a expansão dos data centers, os avanços e desafios das grandes obras de infraestrutura, as perspectivas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a modernização do setor de mineração e o papel do saneamento como vetor de desenvolvimento urbano e imobiliário.

Prêmio Firjan de Sustentabilidade

O encerramento da programação foi marcado pela entrega do Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2025, realizada no Auditório Invest.Rio. Dez empresas fluminenses foram reconhecidas em sete categorias por conciliar atividades produtivas com proteção ambiental, equilíbrio econômico e responsabilidade social: Merck (Água e Efluentes), Vast Infraestrutura (Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos), Porto Sudeste (Engajamento e Agenda 2030 dos ODS), Reserva (Gestão de Impacto e Investimento Social), SBM Offshore (Governança Corporativa), Gás Verde – Biometano (Mudanças Climáticas e Transição Energética) e Casa da Moeda do Brasil (Resíduos Sólidos). Receberam menções honrosas B. Braun, Petrobras e Iconic.

O fundador e CEO da Carbon Zero, Carlos Alberto Tavares Ferreira, fez a palestra magna da cerimônia de entrega. “Esse prêmio mostra que sustentabilidade, inovação e competitividade podem caminhar juntas, inspirando empresas de todos os setores a se comprometerem com o futuro”, afirmou. Os projetos reconhecidos envolvem desde reuso de água e proteção de espécies ameaçadas até programas de compliance, iniciativas de transição energética e combate ao desperdício de alimentos, todos alinhados à Agenda 2030 da ONU.

Data centers: nova fronteira de oportunidades
Na mesa-redonda “Data Centers no Brasil: vantagens competitivas, incentivos e oportunidades para a construção”, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, destacou que o Rio de Janeiro reúne características únicas para competir globalmente na atração de grandes empreendimentos tecnológicos. “Estávamos em busca de algo que colocasse o Rio disputando a primeira posição com as maiores cidades do mundo. O projeto apresentado pela Elea Data Centers materializou nossas características e diferenciais e, a partir daí, vimos um interesse gigante das grandes empresas de tecnologia”, afirmou.

O chairman da Elea Data Centers, Alessandro Lombardi, ressaltou que a inteligência artificial e a computação em nuvem impulsionam uma onda global de investimentos trilionários em infraestrutura digital. “Somente 5% dos data centers planejados para atender à IA foram construídos até agora. O Rio pode ser um motor global dessa mudança, uma das poucas cidades de grande porte preparadas para hospedar esse tipo de infraestrutura”, disse.

A superintendente de Experiência da Light, Laís Tovar, reforçou que o setor elétrico será determinante para viabilizar os projetos. “Hoje a Light tem mais de 6 mil quilômetros de rede subterrânea, a maior da América Latina. Temos carga disponível e redundância no sistema, mas projetos dessa escala exigem pensar a distribuição de energia desde a concepção”.

Grandes obras e regulação
A mesa “Grandes Obras de Infraestrutura: Inovação, Aspectos Regulatórios, Financiamento e Parcerias Nacionais e Internacionais” destacou os avanços do setor. O diretor-presidente da Infra S.A, Jorge Bastos, ressaltou que o modelo de concessões brasileiro completa 30 anos consolidado como referência mundial, mais transparente e equilibrado, e vive um momento de atratividade internacional, com recordes em leilões. Ele citou como exemplo o projeto do trem Rio–São Paulo.

O presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Mario William Esper, reforçou a importância da padronização regulatória para atrair investimentos e anunciou duas iniciativas: a criação de uma norma nacional única para cálculo de emissões de carbono e o lançamento, na COP-30, de um projeto de certificação em ESG para micro e pequenas empresas, com meta de alcançar mais de 10 mil companhias em dois anos.

Novo PAC: integração público-privada
Na mesa “Novo PAC: Planejamento, Implementação, Status e Perspectivas”, o secretário especial do programa na Casa Civil, Maurício Muniz, afirmou que o PAC “é um programa que combina o planejamento privado e público do país nos diversos setores de infraestrutura, sendo mais amplo que a infraestrutura econômica, pois inclui também aspectos sociais como educação e saúde”.

O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, destacou que os investimentos seguem um movimento de “ondas setoriais”. Ele citou a atual fase de expansão da transmissão de energia e da infraestrutura de armazenamento com baterias, além dos avanços em saneamento no Norte e Nordeste. Barbosa também ressaltou o papel do Fundo Clima, que contará com R$ 25 bilhões em 2026 para projetos de adaptação e cidades mais resilientes.

A mesa contou ainda com a participação de Roberto Figueiredo Guimarães, diretor de Economia e Planejamento da ABDIB, sob a moderação de Claudio Medeiros, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon).

Modernização do setor de mineração

O debate sobre o novo Código de Mineração reuniu o 2º vice-presidente da Firjan e presidente do Fórum Setorial de Mineração da federação, Henrique Nora Junior; o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa; o deputado federal (SP) e vice-presidente da Frente Parlamentar da Mineração, Arnaldo Jardim; e o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Fernando Azevedo e Silva. Nora destacou a especificidade da mineração no Rio de Janeiro, voltada à construção civil, e a necessidade de conciliar expansão urbana e pedreiras. “Se não estruturarmos políticas claras, a sociedade perde uma riqueza fundamental. Precisamos conciliar planejamento urbano e mineração”, afirmou.

O vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo, ressaltou a importância da previsibilidade regulatória e da adoção de padrões ESG para garantir competitividade e atrair novas tecnologias. “A mineração é uma atividade de longo prazo. Não pode estar sujeita a mudanças constantes”, disse. O deputado federal Arnaldo Jardim defendeu regras federais claras para evitar sobreposição de legislações e combater o garimpo ilegal. “A mineração de agregados responde pelo maior volume extraído no país e é o que constrói nossas cidades”, afirmou. Já o diretor-geral da ANM, Mauro Sousa, destacou os avanços da agência na cooperação com estados e municípios e lembrou que cerca de 65% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) é destinada a municípios mineradores. “Esse recurso deve ser revertido em educação, saúde e geração de empregos locais”, frisou.

Sobre o Rio Construção Summit
O Rio Construção Summit 2025 é realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), com apresentação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); parceria estratégica com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), Sistema Indústria e Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC); patrocínio master da Prefeitura do Rio/Invest.Rio e do Governo do Estado do Rio de Janeiro; patrocínio do Sebrae, Confea e CREA-RJ; Caixa como banco oficial; Águas do Rio como parceiro; CAU/RJ, Light e Project Management Institute como apoiadores. Esta é a segunda edição do evento. A primeira foi realizada em 2023, também no Píer Mauá.

Rede Brasil Inovador

Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

+55 11 94040-5356 / rede@brasilinovador.com.br

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