Com uma área de 7 mil m², a edificação terá cinco andares e será erguida na avenida Assis Brasil, em Porto Alegre. O novo edifício será o primeiro construído conjuntamente por Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, criando um espaço multifuncional capaz de unir pedagogia, ensino profissionalizante e ciência aplicada.
“Estamos falando da nata do conhecimento em áreas tecnológicas estratégicas. Um projeto que não só fixa talentos no Rio Grande do Sul, mas que também repatria profissionais e atrai especialistas de fora do país”, afirma Susana Kakuta, diretora-geral do Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS.
A iniciativa materializa um conceito raro no Brasil, que é a verticalização da educação até a inovação, integrando desde o Ensino Fundamental até programas de pós-graduação, como mestrado, doutorado e MBAs. Nesse percurso, estarão inseridos também espaços para startups, projetos de pesquisa aplicada e um ambiente de prototipagem.
O valor dessa integração, explica a gestora, está em oferecer um caminho profissional completo em um só lugar.
O prédio permitirá não apenas formar jovens para a indústria, mas criar multiplicadores que levarão inovação para escolas, empresas e ecossistemas de tecnologia.
A identidade desse projeto está diretamente ligada à lógica de integração. Da sala de aula à pesquisa de ponta, cada andar reflete a aposta em formar e reter talentos em um estado que busca protagonismo na economia do conhecimento. Ao mesmo tempo, a própria estrutura já nasce com soluções digitais embarcadas, estimulando experiências que traduzem o que significa inovar em escala industrial.
“É um conceito totalmente novo, porque conecta a formação básica à pesquisa aplicada, e isso é determinante para aumentar a competitividade da indústria”, explica a diretora. Para ela, a junção entre excelência pedagógica, ensino profissionalizante e pesquisa de ponta é uma fórmula que dá sustentabilidade ao crescimento econômico. “Não tem como inovar dentro da indústria sem trabalhadores bem formados. Esse é o elo que garante que tecnologia e produtividade andem juntas”, reforça Susana.
Agricultura digital como fronteira
Outro diferencial está na incorporação do Center for Embedded Devices and Research in Digital Agriculture (Cedra), centro de competência em agricultura digital desenvolvido em parceria com a Embrapii. O Cedra já atua em São Leopoldo, com foco em tecnologias como internet das coisas, microeletrônica, automação e inteligência artificial aplicadas ao agronegócio. Agora, passará a ocupar também parte do novo prédio em Porto Alegre, reforçando a conexão entre ciência e produção de alimentos.
De acordo com Claudio Bier, presidente do Sistema FIERGS, o Cedra é peça-chave para transformar o estado em polo de inovação. “Queremos exportar produtos de maior valor agregado, que geram mais renda e emprego. É um centro que abre caminho para a criação de um polo gigantesco de tecnologia”, afirma. A identidade visual do Cedra traduz esse espírito, unindo o digital ao agronegócio, em cores vibrantes que remetem à inovação. É um símbolo de que a agricultura gaúcha pode ser também sinônimo de tecnologia de ponta e referência nacional.
O projeto parte de um princípio simples, mas inegociável, de que não há inovação sem educação de qualidade. A nova sede conecta a excelência pedagógica do Sesi-RS, o ensino profissionalizante do Senai-RS e a expertise de inovação do IEL-RS. Essa tríade busca dar respostas a um desafio global: a escassez de mão de obra especializada em áreas como tecnologia da informação, automação e engenharia.
Susana Kakuta ressalta que a estratégia é formar desde cedo profissionais capazes de atuar nas fronteiras do conhecimento, em trilhas que unam pesquisa, prática e empreendedorismo. “Estamos embarcando mestres, doutores e especialistas renomados. Esse projeto, único no Brasil, está atraindo talentos e criando novas startups a partir de tecnologias de fronteira”, explica.
Indústria do Amanhã e Geração Caldeira
Esse movimento se conecta diretamente a programas já em andamento, como o Indústria do Amanhã, iniciativa do Instituto Caldeira e do Sistema FIERGS voltada para modernizar a indústria gaúcha por meio da capacitação de jovens e gestores e fortalecer a conexão entre educação, inovação e mercado. Entre os participantes, estão finalistas do Geração Caldeira, programa de educação promovido pelo Instituto Caldeira.
Para Susana Kakuta, a aproximação dos jovens com esse universo é essencial.
O Geração Caldeira tem um papel muito relevante, porque aproxima o jovem de áreas estratégicas da indústria. Ele pode tanto seguir o caminho do empreendedorismo quanto se tornar um grande profissional dentro do nosso sistema de educação continuada. Essa é a trilha que garante talentos diferenciados para o futuro da indústria gaúcha.
Essa ponte entre o Sistema FIERGS e o Caldeira reforça o propósito comum de identificar, capacitar e potencializar talentos. Para os jovens, significa acesso a formações que podem definir carreiras em áreas estratégicas. Para a indústria gaúcha, representa a chance de contar com profissionais altamente qualificados e capazes de transformar conhecimento em competitividade.