Brasil terá o primeiro laboratório de máxima contenção biológica da América Latina, que vai preparar o País para reagir rapidamente no caso de futuras epidemias. Já o Sirius receberá novas linhas de luz
Aministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, visitou, nesta terça-feira (30), as obras do Orion, laboratório de máxima contenção biológica pioneiro na América Latina, e a expansão do Sirius, acelerador de partículas. Os dois equipamentos estão instalados no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
De acordo com Luciana, a infraestrutura inédita do laboratório é um avanço para a soberania científica e tecnológica do Brasil e vai permitir que o País esteja preparado para responder rapidamente a possíveis futuras epidemias por meio do desenvolvimento de medicamentos, tratamentos e vacinas. “Esse é o governo Lula trabalhando para antecipar-se a possíveis pandemias e garantir soluções que melhorem a vida do povo brasileiro”, afirmou.
O Orion será o primeiro laboratório de nível de biossegurança 4 (NB4) do mundo conectado às linhas de luz de um acelerador de partículas, o Sirius. Com o Orion, será possível o estudo de patógenos capazes de causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade.
Já o Sirius é um equipamento que utiliza aceleradores de partículas para produzir a luz síncroton, utilizada para investigar a composição e a estrutura da matéria em suas mais variadas formas, com aplicações em diversas áreas.
A construção do laboratório e a expansão do acelerador fazem parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo do Brasil, e recebem financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “A expansão do Sirius prevê o aumento de linhas de luz, ou seja, a criação de novas estações de pesquisa, o que vai possibilitar a análise de matérias em escala nanométrica, além da ligação com o Orion”, explica a chefe da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O diretor-geral do CNPEM, José Roque, destacou a importância da visita e do apoio do MCTI. “Foi muito importante hoje receber a ministra Luciana e sua equipe. Ela veio acompanhar o andamento da fase 2 do Sirius e das obras do Orion, além de conhecer outros projetos relevantes em áreas como energias renováveis, transformação da biomassa, saúde e equipamentos médicos, em parceria com o Ministério da Saúde”, disse. Roque reforçou que o apoio do MCTI e do Governo Federal tem ajudado a transformar o Brasil, trazendo soberania e soluções para os desafios da sociedade.
Novo PAC
O Governo do Brasil aumentou os investimentos do Novo PAC para o MCTI. Serão R$ 12,1 bilhões, com maior volume previsto para 2015. Segundo Luciana Santos, o programa representa o desenvolvimento que o País quer, com inclusão social, em bases sustentáveis e amparado pela ciência, pela tecnologia e pela inovação.
“O Governo do Brasil tem dado à ciência um papel estratégico, compreendendo-a como instrumento para enfrentar os desafios da atualidade e melhorar a vida do povo. Nesse sentido, o MCTI participa do Novo PAC com investimentos estratégicos, voltados para áreas como saúde, educação, monitoramento e alertas de desastres naturais, além do fortalecimento do desenvolvimento industrial com mais tecnologia e valorizando o trabalho dos pesquisadores brasileiros.”
Do valor total, mais da metade será aplicado em grandes empreendimentos estruturantes, como o próprio Sirius e o Orion, o novo supercomputador para IA e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que juntos somam cerca de R$ 6,5 bilhões.