O segundo dia do “Mapa Conecta Brasil 2025”, nesta quinta-feira (9), foi marcado pelo lançamento da Plataforma Eletrônica de Inovação Agropecuária (Mapa Conecta), uma iniciativa conjunta entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O lançamento ocorreu durante o Festival Curicaca, em Brasília (DF).
Construída em um espaço virtual, a plataforma tem o objetivo de facilitar e promover a conexão entre os atores de inovação, como startups, investidores e ambientes de inovação, com foco na geração de tecnologias para as cadeias produtivas agropecuárias. Outro objetivo é ser referência mundial na promoção de inovação aberta, visando gerar tecnologias inovadoras que agreguem valor, gerem conexões, parcerias e soluções para o setor.
O coordenador-geral de Inovação Agropecuária da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Cesar Teles, explicou que um dos motivos para a criação da plataforma são as diferenças regionais. Para ele, a ideia é justamente conseguir conectar diferentes estados, diferentes ações e dispersar esse potencial por todo o Brasil.
“Segundo o Radar Agtech, mais de 40% das startups do agro estão concentradas no estado de São Paulo. Isso é maravilhoso para São Paulo, mas, para o resto do Brasil, significa perder um grande potencial. Talvez uma solução desenvolvida por uma dessas techs pudesse estar sendo aplicada no Ceará ou em Santa Catarina. Então, por que não?”, indagou.
A plataforma foi idealizada para ser, ao mesmo tempo, um ponto de partida e uma vitrine da inovação agropecuária brasileira. Entre suas funcionalidades estão a oferta de uma interface multilíngue, a navegação por perfis personalizados e o uso de ferramentas de inteligência artificial, além da promoção de interações entre os atores da inovação e da geração de subsídios para políticas públicas voltadas à inovação aberta. Todas essas frentes visam tornar a ferramenta um espaço dinâmico de articulação e soluções para a agropecuária.
A gerente do Departamento de Negócios e Soluções Digitais de Inteligência para o Agronegócio do Serpro, Aline Cappele, uma das responsáveis por desenvolver o sistema da Plataforma Eletrônica, destacou que o agro ainda enfrenta muitos desafios que precisam ser superados por meio de inovações, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar e a sustentabilidade.
“O Brasil recebeu uma boa posição no Índice Global de Inovação, e a gente sabe que o agronegócio é quem puxa essa inovação brasileira. Mas também percebemos que há, sim, oportunidades de melhoria. E é aí que começa o nosso papel: temos um programa, uma plataforma digital e um parceiro para encarar esse desafio. O Mapa esteve presente desde o início, na concepção do programa e na idealização da plataforma digital para isso”, destacou Cappele.
Atualmente, 15 estados já assinaram Protocolos de Intenções, a fim de fortalecer a inovação nos sistemas agropecuários com o Mapa Conecta. São eles: Pará, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Durante o evento, foi instaurado, ainda, o Comitê Gestor de Inovação Agropecuária do Espírito Santo, formado pelo governo federal, universidades, instituições de pesquisa, setor privado, fintechs, terceiro setor e ambientes de inovação.
MAPA CONECTA BRASIL 2025
A programação irá até a próxima sexta-feira (10), para tratar de temas da inovação agropecuária brasileira, passando por ecossistemas de inovação, conectividade rural, agricultura digital, novos alimentos, bioinsumos, políticas de recursos genéticos e bioeconomia.
No primeiro dia e no segundo dia já ocorreram painéis estratégicos e apresentações institucionais sobre inovação agropecuária e agricultura digital, além do pré-lançamento da Plataforma de Inovação Agropecuária – Mapa Conecta.
No último dia, os debates estarão voltados para a 5ª edição do BioInova, que tratará de bioinsumos e agrobiodiversidade, com o lançamento da Rede Nacional de Ecossistemas Estaduais de Inovação Agropecuária e da nova chamada BioInova Ignite de pré-aceleração para soluções em bioinsumos.