South Summit: colaborativo, próximo e, inegavelmente, brasileiro
Em 2025, o South Summit foi sinônimo de resiliência diante das adversidades climáticas. Apesar de uma tempestade severa em 2024, que danificou cerca de 70% das estruturas temporárias do evento, a equipe organizadora demonstrou notável capacidade de recuperação, reconstruindo o espaço a tempo para a abertura. O esforço evidencia uma característica importantíssima do ecossistema de inovação local: a resiliência e a importância da colaboração em momentos críticos.
Foi nesse cenário que o South Summit abordou temas centrais como sustentabilidade, digitalização, desenvolvimento de ecossistemas, transformação social e tecnologias de ponta. Painéis discutiram tópicos como resiliência climática, transição energética, inclusão digital e computação quântica, refletindo o compromisso do Brasil com a economia verde e seu papel na descarbonização global. Também contou com uma presença expressiva de mulheres entre as palestrantes, painelistas e participantes.
Nos palcos, líderes femininas de diversos setores — de venture capital a tecnologia e impacto social — ocuparam o centro das discussões, mostrando a força crescente das mulheres no ecossistema. Além disso, o evento promoveu discussões importantes sobre equidade de gênero e diversidade nos negócios, reforçando o papel fundamental das mulheres na construção de um futuro mais inclusivo e sustentável.
Todo esse contexto fervilhante de debate também foi permeado por um constante senso de colaboração, com debates enfatizando o papel estratégico de parques tecnológicos, como o Tecnopuc, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, na promoção da inovação e no desenvolvimento territorial. A temática é especialmente importante, já que esses ambientes facilitam a conexão entre universidades, startups e empresas, impulsionando a economia local e a geração de conhecimento.
Tudo isso contribui para que o South Summit Brasil se posicione como um dos principais hubs de inovação do hemisfério sul, rivalizando com grandes nomes internacionais como o Web Summit (Lisboa) e o Slush (Helsinque) – e se consolidando, cada vez mais, como um evento global de peso. Com uma curadoria de conteúdo de alto nível, participação de investidores globais, e uma vibrante mostra de startups latino-americanas, ele tem se destacado não apenas pelo volume de negócios gerados, mas também pela qualidade dos temas explorados e conexões proporcionadas. Com a sua atmosfera mais colaborativa e próxima, aliada à energia empreendedora típica do Brasil, o South Summit, certamente, tem uma identidade única no circuito mundial.
*Graduada em engenharia pela ETH Zurich, com MBA pela Columbia Business School, Jaana Goeggel é cofundadora e General Partner do Sororitê Ventures, que possui o Sororitê Fund 1, um fundo de Venture Capital de R$ 25 milhões que tem o objetivo de tornar-se a primeira opção de investimentos em startups early stage fundadas ou cofundadas por mulheres, e fundadora do Sororitê Angel Network, a maior rede de mulheres investidoras anjo do Brasil. Com vasta experiência executiva em empresas com uma atuação global, como Expedia, American Express e McKinsey, traz uma perspectiva diferenciada para o mundo das startups. Foi reconhecida como Top Women Investing in Latin American Tech pela LAVCA em 2023 e 2024, sendo conselheira da Columbia Ventures e Venture Partner na QBits Capital.
Por Jaana Goeggel, cofundadora do Sororitê Ventures
