O que três jovens vindos de São Miguel Arcanjo, Capão Redondo – em São Paulo – e Belém do Pará podem ter em comum? Suas histórias de vida, rotinas e trajetórias dificilmente se cruzariam, mas hoje se encontram nos corredores do Instituto Caldeira, em Porto Alegre. Selecionados para o programa Geração Caldeira, Ana Laura Agostinho, Daniel Wellington Santos Ferraz e Thaís Thãmires Magalhães de Sousa decidiram deixar suas cidades em busca de oportunidade, educação e futuro.
Aos 20 anos, Ana Laura saiu de São Miguel Arcanjo, no interior de São Paulo, para mergulhar na trilha de Inteligência Artificial e Dados. Em sua cidade, a área de tecnologia é pouco incentivada, o que limitava suas perspectivas. Ana Laura conheceu o Geração Caldeira por meio de um post no LinkedIn, encaminhado por um amigo, e decidiu participar do desafiador processo de seleção. “O medo constante de não passar e a sensação de ‘não ser boa o suficiente’ me acompanhavam, mas a cada etapa fui percebendo o quanto era capaz”.
O momento da aprovação no programa surgiu quase que ao mesmo tempo em que havia conquistado também uma vaga na PUCRS.
Me inscrevi na faculdade antes mesmo de saber se tinha passado no GC porque percebi que esse era o meu futuro. Quando vi que tinha sido aprovada nos dois, tive certeza absoluta de que era.
A mudança para Porto Alegre trouxe desafios, mas também encantamento. “Estou me apaixonando pela cidade e pelas diferenças culturais. As aulas são excelentes e os professores realmente comprometidos com nosso futuro.” Com o sonho de fundar uma startup, ela avalia que o maior diferencial do Geração Caldeira é a soma de oportunidades. “É difícil destacar apenas um ponto, porque tudo o que é ofertado é incrível.”
A mais de mil quilômetros da cidade natal, Ana Laura aproveita as experiências. “Sempre vivi em um lugar calmo, com a mesma rotina, e agora estou em uma cidade onde cada dia é único. Estou me apaixonando pelas diferenças culturais e pela energia”. Para ela, o programa será essencial na jornada da formação da própria startup. “O GC será fundamental para me conectar a colegas que possam construir esse projeto comigo, além de criar pontes com empresas que possam me auxiliar e se beneficiar do meu trabalho no futuro”, destaca.
De Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, veio Daniel Wellington, 22 anos. Ele descobriu o Geração Caldeira graças a um amigo que participou da edição anterior e que lhe mostrou como a experiência poderia ser transformadora. “Cada etapa foi uma chance de aprender, de conhecer pessoas e de entender na prática o que o programa significa”, comenta Daniel sobre o processo seletivo.
O jovem sempre carregou consigo o peso das limitações sociais do bairro em que residia.
Antes do Caldeira, eu sentia que meus sonhos tinham um limite, como se fosse algo imposto pelas circunstâncias. Mas o programa me mostrou que esse limite, na verdade, sou eu quem posso definir.
A oportunidade de vir para Porto Alegre se tornou, para ele, a abertura de um mundo de possibilidades.
“Daqui a alguns anos, quando eu estiver chegando aos meus 30, ainda estarei colhendo os frutos do Geração Caldeira. Isso é algo realmente bonito de se pensar”. Daniel pretende atuar na área de desenvolvimento social, conectando educação e impacto comunitário. Ele acredita que o programa poderá ser um parceiro estratégico nesta caminhada. “Seja encontrando um lugar para colocar isso em prática, ou até mesmo criando um projeto social junto com o Caldeira, as possibilidades são enormes”.
Um dos destaques do programa, segundo Daniel, é a forma com que os mentores se relacionam com os jovens. “Eles nos escutam atentamente, buscando entender nossos sonhos e os caminhos que visualizamos. Mesmo quando não temos clareza, nos auxiliam a descobrir rotas que façam sentido, sempre respeitando nossos objetivos. O espírito do Dale está presente nisso”.
Thaís Thãmires, 22 anos, deixou Belém do Pará para seguir a trilha de Marketing e Design. Ligada a projetos de robótica na faculdade, ela conheceu o Geração Caldeira por meio de uma influenciadora no Instagram. Cursando faculdade pela manhã, fazendo estágio à tarde e participando de um bootcamp à noite, Thaís ainda encontrava tempo para estudar pela madrugada. “Confesso que, naquele dia do bootcamp em grupo, pensei em desistir, mas quando vi a proposta de criar uma profissão do futuro, fiquei super entusiasmada. Senti que cada vez mais queria fazer parte daquilo.”
O anúncio da seleção foi um dia marcante para a jovem. “Meu nome foi o penúltimo da chamada. Foi um turbilhão de emoções: alívio, alegria, fiquei sem acreditar e senti uma felicidade enorme”. Para Thaís, a principal motivação em deixar Belém foi o desejo de se inserir em um ecossistema inovador e desafiar a si mesma. “Quis sair da minha zona de conforto, viver uma nova realidade e mostrar que sou capaz de trilhar esse caminho”, reflete.
A experiência em Porto Alegre tem sido transformadora. “A cada dia tenho aprendizados diferentes, seja nas trilhas de conteúdo, nas interações com a comunidade ou nas trocas com colegas. É um exercício de adaptação e autoconhecimento, mas acima de tudo é gratificante perceber como estou crescendo.” Seu sonho profissional é unir tecnologia e criatividade para desenvolver experiências digitais que facilitem a vida das pessoas. “O Geração Caldeira é a chance de transformar meu sonho em realidade, de colocar ideias em ação e de construir experiências que realmente façam diferença.”
