A plataforma LinkedIn pediu ao CEO da Cielo no Brasil, o LinkedIn Top Voice Estanislau Bassols, que respondesse a três perguntas sobre gestão, carreira e inovação.
Confira as respostas a seguir:
LinkedIn Notícias — Qual foi o aprendizado que mudou a sua carreira?
Estanislau Bassols — Logo no início da minha carreira, eu era engenheiro em formação e trabalhava com projetos muito grandes, com milhares de pessoas. A minha primeira tendência foi tentar sistematizar tudo que a gente vivia. Sistematizar a sequência pela qual um determinado projeto tinha que se desenrolar, como cada parcela do projeto tinha que acontecer, controlar tudo com diagramas e mapas… e nada dava certo.
O que dava certo era você dar o que hoje a gente chama de “sentido de dono”, “accountability”, para as pessoas. Delegar, entender quem fazia, quem não fazia, por que fazia, por que não fazia, a motivação de cada um… Então, em algum momento, muito cedo, eu descobri que é sobre gente. E quando você entende que é sobre gente, você vai aprendendo como fazer com que você tenha um time coeso, como você faz para ter pessoas motivadas navegando na mesma direção.
LN — Que lições você tirou do seu maior erro ou fracasso na carreira?
EB — Em geral, nesses casos, eu me faço duas perguntas: o que eu posso fazer melhor com o que eu sei agora? E o que eu poderia ter feito melhor com o que eu sabia na época? A primeira pergunta me traz o que eu aprendi com a situação. A segunda pergunta diz respeito a: que tipo de análise, visão ou aconselhamento me faltou? O que faltou em termos de diversidade nas minhas relações?
Quando você assume alguma liderança, qualquer que seja a posição, você tem temas que domina mais e temas que domina menos. Tem temas que caminham bem e temas que estão te trazendo para resolver. Eu já coloquei muita luz naquilo que me apontaram como problemas, as situações que eu deveria resolver. Mas eu era responsável pelo todo. Aprendi que o sentido de dono é sobre o todo, entender e absorver o todo e saber fazer as perguntas certas.
LN — Que tendências para 2025 estão no seu radar?
EB — O varejo brasileiro busca muita inovação, dadas todas as situações de impostos, dificuldades de produção, dificuldade de energia, taxa de juros, mudança do dólar… A volatilidade faz com que o varejista tenha que trabalhar no limite da excelência. E a tônica do momento é inteligência artificial. Toda a cadeia de dentro de uma empresa, de produção, está passando e vai passar por uma revolução.
A aquisição de clientes, por exemplo, tem inúmeros instrumentos novos, para campanhas de marketing, para a geração de leads… O jeito como o cliente vai te buscar também se altera de forma significativa. Antes, você fazia a busca por nomes, hoje você pode fazer uma busca contextual. É uma tendência crescente que muda como a gente se relaciona com o trabalho e as nossas funções, e como a gente aprende ao longo da jornada também, como profissionais.
Lucas Carvalho
Jornalista de dados | Editor de Tecnologia & Inovação no LinkedIn Notícias
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