Partindo dessa pergunta base, faço um questionamento mais aprimorado para entender o quanto a empresa está – REALMENTE – engajada em dar passos a frente pra ter um relacionamento mis próximo de seus funcionários e ter mais EMPATIA real na gestão de Pessoas… Sim GESTÃO; abomino desde os anos 90 com todas as minhas forças) a palavra composta: Recursos Humanos 🙁
REPITO sempre que posso: “Humano (Pessoas) não são Recursos… Isso é determinado para indicar Coisas que usamos no dia-a-dia nas empresas como – por exemplo:
– ferramentas de gestão
– material de escritório
– sistema de ar-condicionado
– equipamentos de tecnologia
– livros, e-books e sites
– prédios, carros e etc…
…acho que já é possivel entender – Por Quê!?!? – Humanos (Pessoas) NÃO pode ser situados (colocados) como RECURSOS: como se fizesse parte do espólio das empresas.
Lamentavelmente as próprias entidades ainda não entenderam isso… Mas não há consenso nem sobre o óbvio, então seguirei a REPETIR isso até que as mentes entendam a lógica na qual está frente de seus olhos.
Voltemos ao cerne deste artigo…
No dia 9/9, por acaso liguei a televisão e estava passando uma entrevista no Programa da Patrícia Poeta, na Globo, onde uma gestora de ‘RH’, fala sobre o caso de Jenifer Matias, especialista em Gestão de Risco e Compliace, que foi demitida depois de postar na sua rede social uma observação sobre o metrô superlotado e ônibus que as vezes nem as portas fecham de tanta gente,
Segue o link da postagem para vcs estarem contextualizados sobre o que vou abordar…
🔗 Episódio de 9/9/2025 no Gshow: CLICK AQUI
>> (Bom agora você já assistiu todas as falas, posso seguir as ponderações…)
Na opinião da consultora em RH convidada do programa, a empresa teve o direito de demitir e fala sobre os limites da relação entre redes sociais e trabalho.
Logo minhas ‘antenas’ foram ligas e não consegui resistir e assisti. Mas no decorrer da conserva comecei a ficar MUITO ansiada, pois quase sempre as perguntas certas quando o assunto é Gestão de Pessoas, NUNCA são feitas de forma certa ou como deveriam ser feitas. Não foi perguntado à consultora convidada…
1º – Por que uma opinião tão singela, como transporte lotado ‘ofendeu’ os princípios ‘éticos’ da referida empresa!?
Ou…
2º – Por que a empresa considerou a observação de Jenifer tão perigosa!?
Ou…
3° – Por que a consultora ao invés de fazer ponderações só sobre a funcionária, não trouxe o cenário dos DOIS LADOS para as suas ponderações?
Ela foi tácita ao afirmar que “a empresa teve o direito de tomar suas decisões”!! Sim, concordo! Qualquer empresa tem esse direito…
No entanto, quando a consultora abordou apenas um lado e direcionou o foco apenas na funcionária ela deixou de ter uma postura de ‘consultora’ e passou a exercer a função de ‘advogada empresarial’. Ali se perdeu a grande chance de abordar AMBAS AS RESPONSABILIDADES. Pois o FATO não possuía força moral ou de retórica contra princípios que embasasse tacitamente uma demissão.
Foi um ato de medo, que deixou evidente que a empresa tem problemas estruturais na sua Comunicação e na linha nas escalas do 3º e 2º comando…há pessoas buscando eliminar concorrentes…
O debate deveria ter sido sobre o LUGAR colocado da REGUA ‘Moral’ que a empresa se imputou.
Concordo que qualquer empresa pode admitir ou demitir. Porém, há pruridos, há limites, há o entendimentos – tanto na Lei Trabalhista – como num conjunto de leis, incluindo a Constituição Federal (Art. 5º, X), que protege a inviolabilidade da imagem e prevê indenização por danos, e o Código Civil (Art. 20), que permite proibir o uso não autorizado da imagem, especialmente para fins comerciais. Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) classifica imagens como dados pessoais, exigindo consentimento para seu tratamento, e o Código Penal criminaliza a divulgação de imagens íntimas sem consentimento.
Mas no ‘desabafo’ da funcionária, não consegui ver nenhum dos cenários de PERIGO à marca ou a empresa.
O que vi foi o mesmo que, infelizmente, tenho presenciado: gestores promovendo ‘recados’ por meio de demissões… E isso é um cenário que não deveria interessar as empresas, pois vai alicerçando uma realidade paralela toxica dentro do ambiente de trabalho. E ter essa NOÇÃO entre os ‘paralelos’ é função do mentor e/ou conselheiro em ESG. Tem muita análise e cruzamento de dados e percepções em cenários assim…
No olhar do ESG 360°, depois de entendido as 3 perguntas acima, podemos partir para o entendimento de uma série de indagações que são muito importantes para se conseguir ter um Mapa Situacional de Regras da empresa; para que, dentro da mesma lógica de auditoria interna e externa seja possível verificar os pontos frágeis e as possibilidades de potência da empresa na relação com suas pessoas parceiras e funcionários. É como uma Swot…mas com mais profundidade.
Leia as perguntas abaixo e reflita de forma objetiva, mas com muito senso de honestidade. É aqui… com perguntas como estas, dentre tantas outras ainda mais diretas e/ou profundas que – de fato – se tem o Mapa e as Curvas do Relacionamento REAL da empresa com as Pessoas (funcionários, estagiários, terceirizados e parceiros). O Board (alta administração)
>> Como estabelecer critérios para não se tornar um perseguidor da ‘moral e bons costumes’!? (Dentro) do olhar particular e pessoal de um ou mais gestores?
>> Como dar senso de limite a seus gestores, sem tirar a autoridade deles!?
>> Como saber quando é direito ao Zelo da Imagem e Reputação, direito a Opinião ou quando é cerceamento da liberdade de expressão que está dentro do Código Interno!?
>> Você, dono de empresa, CEO, diretor ou conselheiro, tem total segurança que seus gerentes e coordenadores estão sendo justos ou estão apenas tentando impressionar, criando percepções de narrativas a textos ou falas de funcionários que não tem essa conotação!?
>> Você consegue ter clareza total sobre qual é o LIMIAR do direito da empresa e quando começa o direito de expressão do seu funcionário!? (…que aliás é tão importante para a Inovação e criatividade interna).
>> Você ouve sugestões de melhorias e críticas de seus funcionários? Ou prefere contratar, sempre que preciso, uma consultoria?
…(há pelo menos umas 20 outras perguntas que seriam feitas)…
Você tem vontade de entender melhor sobre o impacto negativo ao seu negócio por não ter uma Visão ESG 360° ?
Se você é expert em testes, não adianta tentar ‘adivinhar’ que não tem o mesmo ‘DNA’… Lamento, mas as camadas aqui são mais profundas, apesar da simplicidade das perguntas… 😉
E por quê!?
Não é a mesma lógica dos testes de ‘personalidade’ ou para ‘entender’ as tendências decisórias das pessoas ou do mercado; mas um olhar tridimensional… atento para as entrelinhas que estão em cada resposta. Sim, há muita neurociência na proposição e na intenção de cada pergunta.
É como venho afirmando… ESG – de Fato nas empresas – só se fixa na perspectiva da Visão e Aplicação 360°. O ‘S’ (Social) do ESG não está no centro por acaso… está ali porque são Pessoas que movem as coisas, e não o contrário!
Ou seja, qualquer coisa menos que isso é conformidade regulatória apenas, obrigação. Nada mais que proform.
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KÁTYA DESESSARDS é Jornalista, Conselheira e Mentora em ESG e Comunicação Estratégica. Co-Autora no livro: Gestão! Como Evoluir em uma Nova Realidade?. Experiência de 27 anos em diversos setores do mercado. | Quer Saber Mais? CLICK AQUI
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