O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ressaltou a importância das mulheres no segmento empresarial durante a abertura do evento, nesta quarta (26). “As mulheres são mais éticas e têm uma visão de longo prazo, menos imediatistas que os homens. A gestão feminina é mais cuidadosa e mais próxima das pessoas”, afirmou. “Eu não poderia perder isso no governo de Minas. Pela primeira vez na história, temos uma mulher à frente Secretaria de Meio Ambiente, assim como, pela primeira vez, uma mulher à frente da Secretaria de Pecuária e, da mesma maneira, pela primeira vez na história uma comandante mulher à frente do Corpo de Bombeiros. Fizemos essas nomeações porque tivemos processos seletivos, não foi para cumprir cotas. Elas são capacitadas e têm competência”, reiterou o governador.
Equidade de gênero no ambiente de negócios
Os números do WeForum mostram que o empreendedorismo feminino tem espaço, mas faltam oportunidades. Ao todo, 104 pessoas se inscreveram em 85 encontros de negócios entre 15 países, como Argentina, Bolívia, Canadá, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Itália, Paraguai, Peru, Reino Unido, Estados Unidos, Chile. A maior parte dos compradores é do segmento de comércio de alimentos e bebidas, seguida por cosméticos e vestuário. Ao toto, 30 empresas brasileiras fazem parte dessa rodada de negociações internacionais.
Segundo a presidente global do BRICS WBA, Mônica Monteiro, o maior desafio para as mulheres não é o lento crescimento econômico, mas a falta de oportunidades e de inclusão.
“O que justifica o Brasil ainda ter índices inferiores a demais países do BRICS não é uma economia menos arrojada, mas a falta de oportunidades de eventos como este, chamados matchmakers. Quando você dá oportunidade a mulher e permite que ela exporte, ela nunca mais deixa de exportar. Se o entrave fosse a coesão da economia, o Japão, por exemplo teria a maior parte das mulheres exportando, então, não é disso que se trata, mas de mostrar que há oportunidades e como aproveitá-las”, afirmou Mônica Monteiro.
A presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Ana Claudia Badra Cotait, afirmou que “além do networking, a gente consegue transmitir a união de forças, e não a competitividade. A mulher não quer competir. Nós queremos nos unir e mostrar aos homens essa sensibilidade feminina nos negócios”.
O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, (Fiemg), Flávio Roscoe, que também representou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou que para mudar o mundo é preciso começar dentro de casa. “Na indústria, em 2008, nós tínhamos 24% das mulheres ocupando cargos de liderança, hoje, temos 34%, ainda é pouco, mas temos o exemplo de várias mulheres liderando organizações. E eu tenho muito orgulho de dizer que dentro da FIEMG, 64% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, do total de 55% do nosso quadro de funcionárias, que são mulheres”, disse.
Programação do 1º dia teve papo sobre liderança e indústria
Quatro painéis compuseram o primeiro dia de discussões. Entre os temas discutidos estavam políticas públicas, liderança, agropecuária, comércio, indústria. Para a presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER) e da Pró-Amazônia, Izabel Itikawa, que participou do painel sobre agronegócios, “a mulher sempre esteve presente na agricultura, mas em papéis operacionais, contribuindo no campo com seu protagonismo. Com sua habilidade de identificar o que muitas vezes não é visto pelos homens, elas agora começam a dar continuidade e esse protagonismo nas posições de gestão de processos na agroindústria”.
A última sessão do dia contou com as presenças de Maira Rodrigues, da ApexBrasil, além de Zhao Haiying, presidente do capítulo chinês da BRICS WBA e Anna Nesterova, presidente do capítulo russo, que falaram sobre os desafios e modelos de sucesso em pesquisa e desenvolvimento para a internacionalização de negócios, especialmente em empresas dirigidas por mulheres no âmbito do BRICS, para que haja maior produtividade. Este foi um tema defendido por Haiying. A entrada de novos membros foi destacada por Nesterova como positiva para fortalecimento de oportunidades de trocas comerciais.
Startup Contest
Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do SEBRAE Nacional apresentou ao público o concurso de startups, que é uma das iniciativas da WBA. O concurso, que recebeu 2 mil inscrições, apresenta startups lideradas por mulheres em várias categorias. Essas categorias incluem Saúde e Bem-Estar, Agricultura e Segurança Alimentar, Educação e Desenvolvimento de Habilidades, Energia, Infraestrutura e Mobilidade, Comércio, Serviço e Transformação Digital, bem como Desenvolvimento Sustentável e Soluções Climáticas.
A competição foi estruturada em etapas para abranger startups em diferentes pontos de suas trajetórias. Ela atende a novas propostas, orientando startups em estágio inicial focadas em validação de conceito, startups que já obtiveram aceitação de mercado e, finalmente, scale-ups que experimentaram um crescimento significativo e buscam expansão internacional. A cerimônia de premiação será realizada em conjunto com a cúpula do BRICS em julho.
A iniciativa da WBA é realizada com os seguintes parceiros: Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), FAEMG SENAR, IBREI, Sistema Fecomércio-MG, SEBRAE, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e Governo Federal.