Dezembro marca o início da campanha de prevenção ao câncer de pele: o Dezembro Laranja. Em um cenário que este câncer segue como o mais frequente no país, a Procempa investiu no treinamento e desenvolvimento de uma inteligência artificial própria para auxiliar no diagnóstico da doença. O SkinScan, como é chamado, apresentou 85% de precisão no diagnóstico em testes preliminares.

O sistema pode auxiliar médicos na detecção da doença e priorizar os pacientes mais graves na fila de consultas, através do sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), também desenvolvido pela Companhia e que regula a priorização das consultas médicas em todo o estado.

Para a diretora-presidente da Procempa, Débora Roesler, tecnologias desenvolvidas na Companhia, como o SkinScan, demonstram como a IA tem potencial para salvar vidas ao permitir mais agilidade e apoiar médicos na assertividade dos diagnósticos. “Inovar em saúde não é apenas uma escolha estratégica. Significa fortalecer a prevenção, reduzir desigualdades no acesso ao diagnóstico e preparar o sistema público para responder de forma mais eficiente aos desafios crescentes da saúde no país”, afirma.

Como funciona

Através da captura de imagens de lesões de pele, o sistema avalia a probabilidade e indica uma pontuação que corresponde ao percentual de a lesão ser cancerígena. Antes de iniciar a utilização do SkinScan no sistema de saúde, ainda é necessário fazer testes clínicos para validar a eficácia da tecnologia. A Procempa está formalizando uma parceria com a Santa Casa de Porto Alegre para que a etapa de validação seja iniciada.

A IA foi treinada com cerca de 40 mil imagens de câncer de pele. Tecnicamente, o SkinScan é composto por diversos modelos de IA, cada um especializado na detecção de um tipo de câncer de pele, como melanomas e carcinomas. Ao ser inserida no sistema, a imagem é processada por todas essas IAs, o que permite combinar os resultados e oferecer uma resposta mais precisa sobre a possibilidade de doença.

Câncer de pele no Brasil

Segundo o relatório trienal, de 2023 a 2025, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil. A cada cem mil pessoas, aproximadamente 102 possuem a doença. Quanto ao câncer de pele melanoma, o mais grave, o número é reduzido para 4 em cem mil pessoas. No Rio Grande do Sul, o cenário nacional de frequência persiste: aproximadamente 23,5 mil pessoas possuem câncer de pele melanoma ou não melanoma.

O SkinScan foi desenvolvido no SmartLab, o laboratório de inovação da Procempa, assim como as IAs Mirai de Sybil, que diagnosticam precocemente cânceres de mama e pulmão, respectivamente. O modelo integra o Smart Cities AI Hub, uma plataforma colaborativa organizada pela Companhia em conjunto com o Tecnopuc e o Gabinete de Inovação da Prefeitura de Porto Alegre.