CSA: por que OpenAI contratou um Chief of Staff

CSA: por que OpenAI contratou um Chief of Staff

Se até plataformas inteligentes precisam de organização e prioridade, imagine como o Chief of Staff (CoS) pode fazer a diferença nas empresas; função garante assertividade com uso da IA e outras tecnologias para decisões do alto escalão. Crédito: Gemini

A OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, acaba de abrir um processo seletivo para o cargo de Chief of Staff em sua sede no Vale do Silício. O anúncio chamou atenção do mercado global não apenas pela relevância da companhia, mas pelo simbolismo que carrega: uma organização feita para oferecer assistência e automação agora busca um profissional humano para apoiar sua própria estrutura estratégica. A decisão reforça um ponto essencial da nova era tecnológica: mesmo na vanguarda da inteligência artificial, alguém capaz de traduzir complexidade em ação continua sendo indispensável.

Para a Chief of Staff Association (CSA), o futuro das organizações será moldado por lideranças mais colaborativas, integradas e orientadas por propósito. A associação projeta que, até 2030, mais de 60% das empresas listadas na Fortune 500 terão um Chief of Staff entre seus principais executivos, um reflexo direto dessa necessidade de unir tecnologia e visão humana. No Brasil, o movimento se consolida com o avanço de iniciativas voltadas à formação e à consolidação da carreira de Chief of Staff em diferentes setores.

Em um mundo dominado por dados, algoritmos e decisões aceleradas, o Chief of Staff (CoS) emerge como o elo entre capacidade técnica e inteligência contextual, garantindo que prioridades sejam definidas, processos avancem e a estratégia se mantenha coerente. Criado originalmente no setor público norte-americano, o cargo rapidamente se consolidou no ambiente corporativo por sua versatilidade e impacto direto na tomada de decisão.

“O CoS se tornou um pilar essencial em um cenário guiado por dados e inteligência artificial. É ele quem traz o olhar humano capaz de interpretar contextos e priorizar o que importa. Vai além do apoio executivo tradicional: este profissional é responsável por conectar áreas, traduzir a visão da liderança em movimento e garantir que cada iniciativa avance com precisão. É essa combinação de visão estratégica e execução que sustenta decisões assertivas no alto escalão, algo que nenhuma tecnologia entrega sozinha”, afirma Carolina Laboissière, Diretora Regional da The Chief of Staff Association (CSA) no Brasil e América Latina.

De acordo com levantamento da CSA, empresas que contam com esse cargo aceleram a execução de projetos transversais, melhoram a comunicação entre departamentos e aumentam a eficácia da liderança em ambientes voláteis, como startups e fintechs. A demanda global por profissionais especializados cresceu cerca de 28% nos últimos dois anos e, no Brasil, setores como Finanças, RH, Tecnologia, Marketing e Startups estão entre os que mais buscam esse perfil.

Segundo a associação, há três razões principais pelas quais empresas na fronteira da inovação estão apostando nessa posição:

1 – Integração entre tecnologia e estratégia.
Com a expansão das ferramentas de IA generativa, analytics e automação, líderes precisam garantir que o avanço tecnológico esteja alinhado à visão do negócio. O Chief of Staff atua como tradutor estratégico entre a liderança executiva e as áreas técnicas, assegurando que a tecnologia sirva a um propósito de valor — e não apenas à experimentação.

2 – Governança e responsabilidade ética.
Em um contexto de decisões automatizadas e riscos reputacionais crescentes, o CoS é fundamental para implementar práticas sólidas de governança, compliance e uso responsável de IA. Em empresas como a OpenAI, essa figura é crucial para equilibrar velocidade de desenvolvimento com impacto sustentável e transparência.

3 – Eficiência e foco na execução.
A IA acelera processos, mas também multiplica fluxos de informação. O Chief of Staff garante clareza de prioridades, coordena a agenda estratégica e evita dispersão de recursos. Em um ambiente em que as lideranças precisam responder em tempo real, ele funciona como o “sistema operacional” da empresa, conectando pessoas, decisões e métricas de performance.

“Estamos diante de uma mudança estrutural no modo de liderar organizações. A Inteligência Artificial trouxe velocidade e complexidade, e o Chief of Staff ganha protagonismo para ajudar os líderes a navegar nesse novo cenário com clareza estratégica. No Brasil, vemos um crescimento consistente do interesse por formação e certificação nessa carreira”, complementa Carolina Laboissière.

Ferramentas como o ChatGPT transformaram radicalmente a forma como trabalhamos: processam dados em escala, automatizam tarefas repetitivas e geram insights poderosos. Em teoria, a tecnologia sozinha poderia fazer tudo. Mas, se até o ChatGPT precisa de alguém para organizar prioridades, interpretar informações e transformar potencial em resultados concretos, fica claro que a presença humana continua indispensável, especialmente em ambientes altamente tecnológicos. É exatamente esse papel que o Chief of Staff desempenha: o de conectar inteligência artificial e inteligência humana, garantindo que dados se traduzam em decisões estratégicas.

Sobre a The Chief of Staff Association
Fundada em 2020, é a maior associação internacional para Chiefs of Staff de grandes corporações, governo e outras entidades, representando membros que ocupam posições de influência em mais de 70 países. Seus associados atuam em diversos setores, em algumas das empresas mais proeminentes do mundo – entre elas: Google, Deloitte, governo dos EUA e Salesforce, entre outras.

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Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador.

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