O novo estudo lançado pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups) mapeia o cenário das healthtechs no Brasil e revela que 60,9% dessas startups nunca receberam qualquer tipo de investimento, evidenciando um dos maiores desafios do setor: o acesso a recursos para expansão e escalabilidade. Entre aquelas que já captaram, os investidores-anjo lideram (43,4%), seguidos por programas de aceleração (18,1%).
Além da questão do financiamento, o levantamento mostra a forte concentração geográfica: São Paulo reúne 40,9% das healthtechs brasileiras, seguido por Minas Gerais (9,1%), Santa Catarina (7,9%), Rio Grande do Sul (6,7%) e Rio de Janeiro (5,9%).
Segundo Cláudia Schulz, CEO da Abstartups, esses dados revelam a importância de ampliar a base de apoio para o setor em todo o país. “O Brasil tem um enorme potencial de inovação em saúde, mas ainda concentrado em poucos polos. Precisamos estimular a formação de novos hubs regionais e garantir que empreendedores em diferentes estados tenham acesso às mesmas oportunidades de crescimento.”
O estudo aponta ainda que o modelo B2B é predominante (43,7%), seguido de B2B2C (36,2%) e B2C (17,3%). Já em termos de parcerias, os hubs de inovação são os principais aliados das healthtechs (53,1%), à frente de academias (33,5%) e do meio corporativo (28,7%).
O mapeamento reforça a relevância das healthtechs como atores estratégicos na modernização do setor de saúde no Brasil. Para a CEO da Abstartups, o momento é de fortalecer conexões e criar caminhos para maior escalabilidade: “As startups deste segmento estão na vanguarda da transformação digital da saúde, desenvolvendo soluções que podem impactar milhões de pessoas. O desafio agora é conectar esses empreendedores a redes de apoio e a investidores, para que o setor consiga atingir todo o seu potencial”, finaliza.