Pesquisadores debatem as estratégias para transferir conhecimentos, quais as iniciativas de apoio e as perspectivas das soluções inovadoras
Na trilha Ciência e Mercado, os temas abordados nos painéis da tarde desta quinta-feira (30), durante o Tecnopuc Experience, foram como driblar as dificuldades de inserir as pesquisas científicas no mercado, sejam em produtos, serviços ou negócios; as iniciativas de apoio; e por fim, as perspectivas. O painel From lab to market: o papel dos ambientes de inovação na geração de spin-offs e deep techs, permeou as estratégias possíveis para que o conhecimento saia do laboratório. Participaram Flávia Fiorin, gestora do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), Luiz Henrique Catalani, do InovaUSP, Márcio Mazutti, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e Rodrigo Quites Reis, da Universidade Federal Pará (UFP).
Sob este aspecto, o professor Catalani, do InovaUSP, acredita que a estratégia mais viável e que a USP já adota é a cocriação. “É quando a criação da tecnologia é feita em conjunto com alguma empresa que está interessada em fazer isso”, orientou Catalani. Já segundo Reis, para mitigar a dificuldade da UFP de transferir tecnologia, a solução foi incentivar uma rede de integração com outras universidades, como a de Viçosa e a de São José dos Campos. Conforme Mazutti, é difícil transferir parte do que a UFSM desenvolve.
“Acredito que é preciso investir em infraestrutura, montar um piloto. Um laboratório de pesquisa precisa ser visto como uma empresa”, afirma o pesquisador.
Flávia Fiorin pontuou: “muitas vezes, a tecnologia é vista como vilã, mas é preciso olhar com outra perspectiva”.
Nesta trilha, o painel Planejando a trajetória da ciência ao mercado, com participação da representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Aline Chianca Dantas, e Cristiane Abreu, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), apresentou as iniciativas de apoio financeiro. Entre as propostas do Finep, por exemplo, para startups, Cristiane Abreu destacou o Programa Centelha, para empresas de até um ano de existência e faturamento até R$ 16 milhões. O CNPq oferece recursos para bolsistas de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado para inovação e com vínculo em empresa para aplicar). Outros programas: RHAE, para pequenas e médias empresas; Inova Talentos e Inova Talentos Globais, com recursos privados.
Os painelistas Altigran Soares da Silva (UFAM); Daniela Carrion (Tecnopuc); Gabriella Sant’Anna (Cubo Itaú); e Rafael Madke (R2PHARMA), debateram Como escalar soluções inovadoras. Para o professor Altigran, é essencial que a academia e o mercado andem juntos. “É preciso ajudar a sociedade a fomentar negócios”, disse. Na UFAM ele trabalha com criação de negócios com base tecnológica. Fora da academia, existem empresas que fomentam esses negócios. “O papel da Cubo é ajudar as Deep techs a percorrer o vale da morte e chegar no mercado”, afirma Gabriella. Madke destaca a governança como pilar para o sucesso de uma ideia inovadora.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.