Palco Crialab do Tecnopuc Experience mostra que, com atenção às pessoas e ao cotidiano, é possível resolver problemas de forma efetiva e inclusiva
O design já não é o mesmo de 20 anos atrás. Quem diz isso é a portuguesa Carmo Requejo, radicada em Barcelona, onde trabalha na Nacar Design. Ao longo da carreira, ela percebeu a tendência de um design mais voltado à solução de problemas e migrou para a área focada na experiência dos usuários. “No UX Design pude encontrar projetos em que realmente o trabalho é mais satisfatório e com um pouco mais de sentido”, explica. Boa parte dessas soluções estão orientadas à saúde da população, justificando sua visão.
Este também é o caso de Moisés Hansen, da Valkiria Inteligência Criativa. Provocados por um cliente, eles desenvolveram uma bota ortopédica para ser fabricada no Brasil – já que praticamente todas vinham da China – e pegaram gosto pela função. “O bom design coloca as pessoas no centro e não negligencia a questão financeira, a tecnologia e o que as pessoas querem, sendo factível na ótica do mercado”, destaca.
A Valkiria trabalha dentro de uma metodologia intitulada 2PCA:
Processo – abordagem estruturada para guiar o desenvolvimento de projetos.
Profundidade – busca por um entendimento profundo das necessidades e do contexto do projeto.
Consistência – manter a coerência e a qualidade em todas as etapas do processo de design.
Adequação – garantir que a solução de design seja apropriada e relevante para o público e o negócio.
Carmo Requejo, por sua vez, gosta de ver as coisas “do palpite ao impacto”, tema de uma conversa que teve com os participantes do Tecnopuc Experience. A designer explicou como uma série de visões – traduzidas em palpites – dão origem aos projetos que, depois de testados e validados, chegam aos clientes com soluções reais e diversas. “Aos poucos, os palpites tomam forma do que pode ser uma solução”, resume.
Nesse contexto, projetos de inovação corporativa também podem acompanhar metodologias colaborativas. Alessandra Guglieri, da DB, conta que a equipe utiliza IA para concepção de projetos, o que traz uma riqueza muito grande. “Quando a gente trabalha com IA, uma maneira de medir os avanços é ter hipóteses a serem validadas. Isso é muito importante, também, na criação de produtos de qualquer natureza”, explica.
Ela ressalta que não se utiliza a IA só para criar projetos, mas também para construir uma nova cultura, porque trazer a IA é uma mudança cultural na corporação, às vezes até mesmo pela mudança de papéis que as pessoas têm.
Já Aron Krause, do Estúdio Nômade, parte do design para ajudar empresas a entenderem essa cultura sob a perspectiva do comportamento desejado e do desenvolvimento de habilidades. “No século XX a gente conseguia ser relevante por muito tempo com uma competência. Hoje, a média é de três anos, caminhando para ser de seis meses”, estima.
Essa realidade leva à necessidade de aprender cada vez mais rápido e com aplicabilidade prática.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.