O Rio Grande do Sul vai sediar uma instituição filantrópica sem fins lucrativos que oferecerá graduação em Ciência da Computação, em um modelo inédito no Brasil, o Instituto de Tecnologia e Computação (ITEC). O instituto já nasce com a missão de ser um ator colaborativo no ecossistema educacional e tecnológico do Brasil.
O ITEC é idealizado pelo empreendedor da tecnologia e filantropo Cristiano Franco, e que tem como primeiros fundadores e financiadores expoentes da tecnologia como Marcelo Lacerda e Sérgio Pretto, a Fundação Behring e a Telles Foundation, ambas referências em educação. O investimento será de R$ 400 milhões, valor que será aplicado ao longo de uma década.
O campus está em construção em um terreno de 20 hectares em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e integra uma área de mais de 200 mil metros quadrados, doada à instituição por um grupo de empresários, incluindo Carlos Johannpeter, Fernando Estima e a família Pavei. A conclusão está prevista para 2026.
O ITEC combina ensino residencial e integral, currículo de excelência acadêmica e democratização do acesso de talentos ao ensino superior, com um programa de bolsas e suporte acadêmico, sócio emocional e financeiro individualizados.
A graduação em Ciência da Computação oferecida pelo ITEC terá duração de quatro anos, com a primeira turma prevista para 2027, com 60 alunos. A proposta pedagógica foi desenvolvida por um conselho acadêmico de renome internacional, incluindo Giselle Reis, líder do programa de Computação da Carnegie Mellon University no Qatar e especialista em lógica computacional; Maria Klawe, ex-presidente da Harvey Mudd College (EUA) e referência global em excelência e diversidade nas áreas de STEAM – acrônimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática; e Luis Lamb, especialista em inteligência artificial.
A proposta curricular traz formação técnica tradicional, com foco em pensamento computacional rigoroso, fundamentos teóricos sólidos e capacidade de aplicação prática para resolver problemas reais em ciência, tecnologia e sociedade. Tudo isso em sintonia com outras iniciativas. “A gente tem muito interesse em criar pontes tanto com instituições privadas, quanto públicas”, afirma Franco. Ele reforça que o ITEC está de portas abertas para interessados em estabelecer parcerias tanto no Brasil quanto no exterior, principalmente Europa e Estados Unidos.
O que nos move é o compromisso com o futuro do país e o impacto social positivo que essa iniciativa será capaz de promover. Queremos formar criadores de tecnologia capazes de posicionar o país na fronteira da inovação global e dar oportunidade para que os nossos talentos possam atingir o seu pleno potencial. Para isso, a gente desenvolveu um modelo que une rigor acadêmico e inclusão real.
O modelo de ensino da instituição foi inspirado em instituições de referência no ensino da área nos Estados Unidos, como Caltech, Carnegie Mellon University, Harvey Mudd College, Olin College of Engineering e Berea College. Foram dois anos de pesquisa e consultoria até formatar o projeto. Segundo os idealizadores, a educação científica empreendedora é essencial para a inovação e o crescimento econômico de um país. “Acreditamos muito que a tecnologia é um motor de mobilidade social e de futuro para o país e que o Brasil tem o potencial e os talentos necessários para deixar de ser apenas consumidor e passar a ser criador de tecnologia original”.
O Campus
As obras da primeira fase do campus, situado no Prado Bairro Cidade, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, já estão em andamento – com conclusão prevista para 2026. O empreendimento será construído em uma área de mais de 200 mil metros quadrados.
Como será o processo seletivo
O processo seletivo dos alunos ocorrerá em 2026. A seleção será holística, com avaliação rigorosa de habilidades, mas também levando em consideração o potencial e o contexto de cada candidato. Haverá testes técnicos, entrevistas individuais, familiares, priorizando o potencial sobre o preparo prévio dos candidatos. O foco é identificar jovens talentos com grande curiosidade, vontade de aprender e potencial para crescer, independentemente da origem. Haverá uma busca por alunos em todo o país, com apoio de escolas, educadores e redes de excelência, bem como olimpíadas científicas, programas de estímulo à educação e à computação e outros.