Na safra 2024/2025, o Rio Grande do Sul colheu 8,76 milhões de toneladas de arroz irrigado - Foto: Elstor Hanzen/Ascom Expointer

Casa do Irga reuniu lideranças e debateu os desafios da cadeia produtiva do arroz

Dia do Arroz marca lançamento da colheita, campanha nacional de consumo e divulgação da safra na Expointer

O setor do arroz foi protagonista nesta segunda-feira (1º/9), na 48ª Expointer, em Esteio. Durante a programação do Dia do Arroz, realizada na Casa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foram apresentados os números da safra 2024/2025, lançado oficialmente o calendário da 36ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz pela Federarroz e a campanha nacional de incentivo ao consumo do cereal, promovida pelo Irga.

O Rio Grande do Sul colheu 8,76 milhões de toneladas de arroz irrigado na safra 2024/2025, resultado de uma área semeada de 970,2 mil hectares e produtividade média de 9.044 quilos por hectare, a mais alta dos últimos cinco anos, segundo dados do Departamento Técnico do Irga. Em comparação com a safra anterior, houve crescimento tanto na área cultivada quanto na produção. Em 2023/2024, foram 900,2 mil hectares e 7,16 milhões de toneladas, com produtividade de 8.410 quilos por hectare.

O painel que debateu o cenário do cereal reuniu lideranças estaduais e nacionais. O presidente do Irga, Eduardo Bonotto, destacou a importância de analisar os dados e planejar as ações do setor. “Vamos atuar no sentido de juntar esforços, unindo a busca por melhores condições de produção, exportações e incentivo ao consumo”, afirmou.

O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Edivilson Brum, ressaltou o papel da pasta em apoiar políticas para o setor, como o programa de irrigação. “A união de forças é fundamental, e hoje tivemos uma demonstração disso, com a representação do Congresso Nacional pelo deputado Alceu Moreira e da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo deputado Frederico Antunes”, salientou.

Os painelistas também alertaram para os riscos de desequilíbrio entre oferta e demanda, lembrando que o setor pode enfrentar dificuldades com estoques elevados e preços abaixo do custo de produção. Nesse contexto, foram debatidas alternativas para equilibrar o mercado, como ajustes na área de cultivo e estratégias de ampliação das exportações e do consumo interno.

Safra 2024/2025 tem alta de produtividade, mas intenção de plantio indica retração em 2025/2026

Apesar do bom desempenho, a diretora técnica do Irga, Flávia Miyuki Tomita, informou que a intenção de semeadura para 2025/2026 aponta retração de 5,17%, com previsão de 920 mil hectares. Já a soja em terras baixas deve avançar 12,19%, passando de 375 mil hectares em 2024/2025 para 420,7 mil hectares na próxima temporada.

O movimento confirma a tendência de diversificação no uso das terras baixas gaúchas, com produtores alternando arroz e soja conforme condições de mercado e custos de produção. O Rio Grande do Sul segue responsável por 70% da produção nacional de arroz.

Campanha nacional busca recolocar o arroz no centro da mesa dos brasileiros

O arroz continua sendo a base da alimentação no Brasil, mas o consumo interno caiu cerca de 13% entre 2008 e 2018, segundo levantamento do Irga. A retração está ligada a mudanças nos hábitos alimentares, ao crescimento da oferta de alimentos industrializados, à adoção de dietas restritivas e à percepção equivocada de que o arroz é um alimento excessivamente calórico.

Outro desafio é a desconexão das novas gerações com a cultura alimentar tradicional. Os jovens cozinham menos e recorrem com mais frequência a refeições prontas por aplicativos de entrega a domicílio. Além disso, o arroz perde espaço no apelo visual das redes sociais, que privilegiam comidas com mais apelo visual.

Para enfrentar esse cenário, o Irga lança a campanha “O Arroz é a energia que une o Brasil” a partir deste mês, com o objetivo de reforçar os benefícios nutricionais e culturais do cereal. O arroz é fonte de fósforo, ferro, potássio e vitaminas do complexo B, além de ser livre de glúten, ter baixo teor de gordura, auxiliar no controle glicêmico e oferecer energia de longa duração.

A estratégia aposta em mídia nacional (TV e portais), em marketing de influência e nas redes sociais, destacando o valor afetivo e cultural do arroz no dia a dia dos brasileiros. A campanha terá ações de setembro a dezembro, envolvendo chefs, atletas, artistas e influenciadores digitais, com foco em resgatar o protagonismo do grão na mesa e na vida do país.

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Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

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