Presidente da CNI, Ricardo Alban, destaca transformação da indústria nacional como medida para reverter o quadro de baixo crescimento.
Pelas estimativas da CNI, o PIB deverá ter uma expansão de 1,7%, e o PIB industrial aumentará 0,9%. Dois mil e vinte e quatro será outro ano desafiador para o Brasil. Projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam desaceleração no ritmo de crescimento da economia. Pelas estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter uma expansão de 1,7%, e o PIB industrial aumentará 0,9%.
Esse desempenho é insuficiente para melhorar a qualidade de vida da população. Por isso precisamos adotar, com urgência, medidas para reverter o quadro de baixo crescimento. Uma ação imprescindível é a transformação da indústria nacional, que venho chamando de neoindustrialização. Com um setor industrial mais dinâmico, inovador e competitivo, o Brasil poderá ter um ciclo de desenvolvimento sustentável.
A boa notícia é que há, em todo o mundo, uma confluência de fatores que favorecem a revitalização da indústria brasileira, como a transição para a economia de baixo carbono, a reorganização das cadeias globais de valor e a digitalização das atividades.
No plano interno, o governo recriou o Ministério do Desenvolvimento e reinstalou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial. Com base no diálogo com o setor produtivo, vem adotando medidas importantes para fortalecer a indústria.
A política industrial deverá ser lançada no início de 2024, com missões voltadas para descarbonização, inclusão digital, transição energética, segurança alimentar, resiliência sanitária, desenvolvimento tecnológico e infraestrutura urbana. Esses objetivos estão alinhados com as prioridades da CNI e indicam o caminho para o país atrair investimentos e crescer de forma vigorosa.
Precisamos acelerar as ações para conter as mudanças do clima e transformar nossas vantagens comparativas, como a matriz energética limpa e o inestimável patrimônio natural, em ganhos de competitividade para as empresas.
A preocupação e as ações voltadas à sustentabilidade devem andar juntas com os desafios do crescimento econômico e social, como maior uso de nossas fontes de gás, recursos hídricos e minerais, propiciando agregação de valor ao produto nacional e gerando riquezas e empregos.
“Há, em todo o mundo, uma confluência de fatores que favorecem a revitalização da indústria brasileira”
Mas isso só será possível se também implementarmos medidas que reduzam o custo Brasil – um conjunto de entraves que atrapalham o dia a dia dos negócios. Felizmente, em 2023, tivemos um importante avanço. Depois de mais de 30 anos de debates, o Congresso Nacional aprovou a reforma da tributação sobre o consumo. A mudança elimina distorções, simplifica e dá mais transparência ao sistema de arrecadação, o que beneficiará toda a economia.
Entre as questões também essenciais, está a redução dos juros. Um corte mais ousado na taxa Selic em 2024 é fundamental para estimular os investimentos e o consumo. E crucial, ainda, aumentar a segurança jurídica, modernizar a infraestrutura e combater a burocracia.
Embora os desafios sejam muitos, devemos manter o otimismo. Com as medidas adequadas, poderemos construir uma nova indústria, uma economia mais próspera e um país mais justo.
(*) Ricardo Alban é presidente da CNI.
Parabéns!