Como a saúde digital pode transformar relação entre médicos e pacientes
A inovação nesse campo é desenvolvida com o objetivo de assegurar acesso equitativo aos cuidados de saúde para todos os cidadãos, sejam eles usuários do SUS ou não
Autor: Mauren Souza
A saúde digital está redefinindo os paradigmas da medicina moderna, estabelecendo novos caminhos para a interação entre médicos e pacientes. Com o avanço incessante da tecnologia, a telemedicina emerge como um componente vital, promovendo uma medicina mais acessível, econômica e personalizada.
A telemedicina tem o poder de transcender as fronteiras físicas, permitindo que pacientes em locais remotos ou com escassez de médicos tenham acesso a consultas de qualidade. Esta modalidade de atendimento é uma revolução para a saúde pública e particular, democratizando o acesso e possibilitando que mais pessoas recebam cuidados médicos adequados, independentemente de sua localização geográfica.
Para contextualizar, em 2023, o número de atendimentos por telemedicina no Brasil cresceu impressionantes 172%, de acordo com os dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde). Foram realizadas mais de 30 milhões de consultas remotas, um salto significativo quando comparado a 2022 que registrou 11 milhões de consultas online.
De acordo com os dados da secretaria de Informação e Saúde Digital, do Ministério da Saúde, para 2024, o governo federal já alocou R$ 460 milhões para novos projetos envolvendo a saúde digital, com expectativa de mais 50 milhões de teleatendimentos ainda neste ano.
A telemedicina consolidou-se como uma opção sustentável para a prestação de cuidados de saúde, aplicável tanto em serviços privados quanto no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). O crescimento dessa modalidade é uma tendência positiva que espelha o progresso tecnológico no setor da saúde.
A colaboração entre o setor privado e o governo é fundamental para moldar a identidade da saúde digital. A inovação nesse campo é desenvolvida com o objetivo de assegurar acesso equitativo aos cuidados de saúde para todos os cidadãos, sejam eles usuários do SUS ou não.
A interação direta proporcionada pelas videochamadas na telemedicina permite uma comunicação personalizada entre médicos e pacientes. Essa proximidade virtual possibilita que os profissionais de saúde compreendam melhor as preocupações e necessidades individuais de cada paciente, oferecendo orientações e tratamentos mais alinhados com suas expectativas e condições de vida. Tal abordagem humaniza o atendimento, fortalecendo o vínculo médico-paciente e incentivando uma maior adesão aos tratamentos propostos.
Contudo, a implementação da saúde digital não está isenta de desafios. A proteção de dados sensíveis dos pacientes é uma das principais preocupações, exigindo soluções robustas de segurança da informação. Além disso, é fundamental que a telemedicina complemente, e não substitua, o atendimento presencial, especialmente em situações que demandam uma avaliação mais detalhada e exames físicos.
Olhando para o futuro, a integração da inteligência artificial, a análise avançada de dados e o uso de dispositivos médicos conectados prometem revolucionar ainda mais o segmento. A capacidade de algoritmos em identificar padrões e prever tendências de saúde pode levar a diagnósticos mais precisos e a tratamentos personalizados baseados em grandes volumes de dados.
A saúde digital está pavimentando o caminho para uma era de medicina mais inclusiva, eficiente e centrada no paciente. As perspectivas para essa transformação são vastas e repletas de potencial, prometendo um futuro em que a relação entre médicos e pacientes será mais colaborativa, informada e enriquecedora.
À medida que avançamos, é essencial equilibrar a tecnologia com a empatia e o cuidado humanos. Afinal, a relação médico-paciente é fundamental para o bem-estar de todos nós.
Mauren Souza é CEO e cofundador da Doutor Ao Vivo.