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Diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem fala sobre o papel da indústria brasileira na COP29 e a expectativa para a COP30, que será sediada em Belém do Pará

Jorge Soto da Braskem: Temos soluções contra as mudanças climáticas

“A COP30 será a oportunidade de todos verem in loco a realidade do povo amazônida, as particularidades da floresta, os desafios de quem vive o dia a dia, extraindo sua subsistência de lá, e o potencial da região para o combate às mudanças climáticas”, afirma Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da petroquímica Braskem.

Ele acredita que muitas empresas têm-se movimentado, no Brasil, para oferecer soluções que mitiguem as mudanças climáticas. “Esse ponto é fundamental para que os trabalhos de redução das emissões de gases de efeito estufa no planeta sejam intensificados”, diz.

REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA – Como você avalia os resultados da COP29 em relação aos novos compromissos para redução das emissões de gases de efeito estufa?

JORGE SOTO – A COP29 traz novamente para discussão a perspectiva financeira. Investimentos são necessários para a redução das emissões de gases de efeito estufa e as adaptações às mudanças que já estão acontecendo no clima. Lembremos as inundações que ocorreram no Rio Grande do Sul ou as longas estiagens que tivemos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

Tudo isso apenas este ano. Além disso, existe uma discussão a respeito da ajuda aos países em desenvolvimento por parte dos países desenvolvidos, inclusive para compensar as perdas e os danos que os países mais pobres estão tendo.

REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA – Qual é a contribuição da indústria brasileira para o processo de descarbonização no mundo?

JORGE SOTO – No Brasil, muitas empresas têm-se movimentado para oferecer soluções que mitiguem as mudanças climáticas. Esse ponto é fundamental para que os trabalhos de redução das emissões de gases de efeito estufa no planeta sejam intensificados. Além do financiamento e dos créditos, a ambição definida nas contribuições de cada país (NDCs, na sigla em inglês) também interessa muito.

Uma maior ambição abre oportunidade de mercado para os produtos com intensidade menor de carbono ou que removam CO2 da atmosfera – caso do nosso polietileno de origem renovável, que já é exportado para mais de 40 países. Com isso em mente, a Braskem participa das COPs desde 2009. Entendemos a importância de enfrentar as mudanças climáticas, além de desenvolver novos produtos, e percebemos que as empresas mais engajadas têm voluntariamente reduzido suas emissões.

Na Braskem, por exemplo, estamos em nosso segundo ciclo de melhoria de longo prazo. No primeiro, entre 2008 e 2020, reduzimos a intensidade das emissões de gases de efeito estufa em 17%, o que evitou a emissão de mais de 30 milhões de toneladas de CO2 nesse período. No segundo ciclo de melhoria, que se iniciou em 2020 e vai até 2030, pretendemos reduzir em 15% as emissões.

REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA – A partir das discussões na COP29, quais são as perspectivas para a COP30 no Brasil?

JORGE SOTO – Os resultados de Baku também nortearão a agenda da próxima COP, em 2025, que ocorrerá na Amazônia brasileira, em Belém. É cedo para antecipar qual será o principal ponto dessa agenda no ano que vem, mas, considerando o local, podemos prever que a preservação das florestas será um deles.

Poucos sabem que temos mais de 60% do nosso território com florestas protegidas. Obviamente, precisamos gerenciar adequadamente a mudança no uso do solo e, ao mesmo tempo, fortalecer nosso nível de desenvolvimento. Percebo que o governo brasileiro entende claramente a importância do combate ao desmatamento ilegal, mas a discussão sobre florestas, clima e desenvolvimento precisa avançar também em nível global.

Sabemos que a cooperação internacional poderá acelerar os resultados nesses temas e não há lugar melhor para esse avanço ocorrer do que na região amazônica. A COP30 será a oportunidade de todos verem in loco a realidade do povo amazônida, as particularidades da floresta, os desafios de quem vive o dia a dia, extraindo sua subsistência de lá, e o potencial da região para o combate às mudanças climáticas.

REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA – Quais são os próximos desafios do Brasil e do mundo nesse processo de descarbonização?

JORGE SOTO – O principal desafio é ter resultados eficazes globais. No Brasil, temos avançado. Segundo o inventário oficial do governo brasileiro, emitido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação este ano, o Brasil reduziu suas emissões de 2,5 Gt CO2 eq (gigatoneladas de gás carbônico equivalente) para 1,7 Gt CO2 eq entre 2005 e 2020, ou seja, uma diminuição de mais de 31% em valores absolutos.

O governo brasileiro anunciou, na COP29, que aumentará sua meta de redução de emissões de 59% para 67% até 2035, também na comparação com os níveis de 2005. Infelizmente, porém, segundo o Emission Gap Report, emitido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as emissões globais continuam a subir.

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