O HUB CNA, em parceria com a startup Krilltech NanoAgtech, especializada em nanotecnologia aplicada ao agronegócio, apresentou os resultados de um teste piloto com o biofertilizante Arbolina. A prova de conceito, realizada no Distrito Federal, em Goiás e na Bahia, demonstrou um aumento significativo na qualidade e produtividade de diversas culturas agrícolas.
De acordo com os resultados, a Arbolina se destacou por sua capacidade de potencializar o desenvolvimento das plantas, melhorar a eficiência do processo de fotossíntese, metabolismo energético e a absorção de nutrientes. Isso faz com que a planta se prepare melhor para situações de estresse ambiental moderado. Além disso, acelerou o processo de recuperação das plantas após períodos de adversidade.
Prova de conceito, realizada em diversas culturas no Distrito Federal, em Goiás e na Bahia
Em uma propriedade de Brazlândia (DF), foi realizado o protocolo de aplicação da Arbolina nas culturas de tomate variedade cereja em campo aberto. Na área testemunha em 500 plantas de tomate cereja na primeira colheita foram colhidos 66kg, já na área que foi aplicada a Arbolina foram colhidos 112kg. Na segunda colheita foram colhidos na área de testemunha 150 kg, já na área onde foi realizada a aplicação, foram colhidos 240 kg de tomate cereja.
O técnico de campo do Senar DF, Denilson Cícero Barbosa, participou dos testes do produto. “Nas propriedades que acompanho fizemos aplicações em áreas e observamos um aumento significativamente o vigor das plantas. As plantas estão com o padrão melhor, referente ao enfolhamento e a proteção de frutos melhor”, explicou o técnico.
Segundo ele, também foram iniciados testes em Planaltina (DF) em tomates, na variedade cereja em estufas, com plantio protegido. Na área com Arbolina já foram colhidos 528 kg e na testemunha, 320 kg. “Isso se deve ao fato também de percas de plantas devido a doenças de solo na área testemunha, mas continuamos avaliando os resultados até o final da colheita”, afirma Barbosa.
A Arbolina se destacou por sua capacidade de potencializar o desenvolvimento das plantas
Leonardo Manzolli, produtor rural no DF, explica que, com duas aplicações da Arbolina, observou melhorias nas áreas tratadas, como plantas mais fortes, melhor folhagem e maior resistência a pragas. Ele espera uma produção maior e frutos maiores e mais rápidos na maturação nas áreas aplicadas para a próxima colheita.
Na Bahia, foi possível acompanhar os resultados do experimento realizado com a alface crespa na propriedade Sítio do Vale, localizada no município de Camaçari. Os resultados comparativos em relação a área testemunhal e a área de teste apresentou um acréscimo de 71.7% no número de folhas e de 53.4% na massa da parte aérea. A massa da raiz também apresentou um aumento de 71.9%, além de ter 32.1% a mais no diâmetro longitudinal da folha e 31.6% no diâmetro equatorial da folha.
O gerente da ATeG do Senar na Bahia, Gabriel Felipe Oliveira de Menezes, comemorou os resultados e destacou que a proximidade com a inovação e a participação em provas de conceito são fundamentais para o desenvolvimento da agropecuária do estado.
Senar na Bahia acompanhou os testes do biofertizante
“Essas iniciativas têm mostrado um forte impacto na melhoria da produtividade e na redução dos custos de produção. A tecnologia testada tem se destacado com grande potencial para aplicação na olericultura”, afirmou Menezes.
Em Goiás, a Assistência Técnica e Gerencial do Senar acompanhou quatro campos demonstrativos com resultados positivos em todos, nas culturas de abóbora e melancia. “Na maioria desses campos demonstrativos identificamos que o produto favoreceu a maior celeridade do ciclo da cultura, mas também favoreceu uma permanência maior das plantas no campo com prolongamento do ciclo, além de ter dado mais vigor às plantas e com isso serem mais produtivas”, destaca Alexandro Santos, supervisor da Inovação Tecnológica do Senar Goiás.
Os resultados em uma propriedade goiana de plantação de abóbora verde comum, a “abobrinha”, mostram que foram colhidas 8,1 caixas a mais de frutos por hectare e a receita líquida total foi de R$ 344,20 a mais neste mesmo hectare comparado à área testemunha.
Evolução da abobrinha com a aplicação da Arbolina
Já em outra propriedade, o resultado foi ainda melhor com a aplicação da Arbolina na plantação de abóbora verde cultivar Menina. Houve um aumento de mais de 1,6 toneladas por hectare a mais de frutos, um aumento de 10,5% em relação à área testemunha. Isso favoreceu uma receita líquida de R$ 2,7 mil por hectare a mais para o produtor comparado a área onde o produtor não foi aplicado.
De acordo com Santos, os resultados da aplicação da Arbolina em lavouras de melancia de Goiás ainda estão em fase final de avaliação, mas já mostram resultados interessantes. “A casca dos frutos onde nós fizemos a aplicação no campo teste, está um pouco mais espessa, ou seja, isso demonstra que a maturação do fruto foi retardada. Isso é altamente positivo para o produtor já que terá frutos com “shelf life” ou tempo de prateleira maior, isso proporcionará frutos de maior qualidade por mais tempo e inclusive favorecendo até as exportações”.
De acordo com Matheus Ferreira, diretor-executivo adjunto do Instituto CNA, os resultados obtidos reforçam o compromisso da entidade e do Sistema CNA/Senar/ICNA em fomentar tecnologias que promovam o aumento da produtividade de pequenos e médios produtores, com ênfase na redução de custos e na melhoria da eficiência operacional, promovendo inovação tecnológica com sustentabilidade.
Arbolina – Desenvolvido pela Krilltech NanoAgtech, em colaboração com a Embrapa e a Universidade de Brasília (UnB), a Arbolina tem o objetivo de promover a ativação fisiológica da planta e potencializar sua produtividade.
O teste do produto foi conduzido pelo HUB CNA na Bahia e Distrito Federal, com variedade de culturas, como abóbora, morango e tomate.
“Se você analisar em detalhes a parte genética e ter um manejo adequado, é possível acelerar seu metabolismo, que já é preparado para produzir. Aplicando nossas soluções, isso se reflete em quantidade e qualidade da produção, adaptando a planta para enfrentar também situações adversas, com mais raiz, área foliar e um sistema de combate ao estresse hídrico e oxidativo mais forte”, explica o CEO da Krilltech NanoAgtech, Marcelo Oliveira Rodrigues.
Aplicação no campo – Para a coordenadora do HUB CNA, Danielle Leonel, o sucesso do piloto só foi possível graças ao apoio essencial das federações estaduais e da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“A combinação de nanotecnologia de ponta com a expertise técnica local criou uma sinergia que tem o potencial de transformar a produtividade agrícola, especialmente em cenários desafiadores”, afirmou.
Danielle também explicou que os testes realizados estão alinhados com a missão do HUB CNA de promover soluções inovadoras e acessíveis para os produtores rurais. “Nosso objetivo é possibilitar que produtores de todos os portes aumentem seus rendimentos e competitividade no mercado, contribuindo para o fortalecimento do agronegócio brasileiro”, completou.