Com a expectativa de aumento da demanda por comida de 35% até 2030, indústria tem papel fundamental em garantir a oferta de alimentos necessária. Foto: divulgação

Fiesp debate segurança alimentar com especialistas e lideranças

Lúcia Rodrigues

O documento “Projeção Demográfica Mundial”, da Organização das Nações Unidas (ONU) – Relatório 2017, mostra que se a população mundial chegar a 8,6 bilhões em 2030, a maioria vivendo em centros urbanos, isso exigirá um aumento de 35% da produção de alimentos, mais 40% de energia e incremento de 50% de água.

Para debater como enfrentar esses desafios, especialistas em segurança alimentar e sanitária foram convidados para participar da reunião de abertura dos trabalhos de 2025 do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, realizada na segunda-feira (3/2), e conduzida por seu presidente Jacyr Costa.

O coordenador da Plataforma de Inovação Tecnológica do Instituto Tecnológico de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Luis Madi, reforçou que a produção em escala industrial “é o caminho para reduzir os custos dos alimentos e erradicar a fome no mundo”. Isso permite, segundo ele, diminuir perdas e desperdícios e usar de forma mais eficiente a água e a energia.

Madi lembrou que o Brasil é o maior exportador de alimentos industrializados do mundo, levando seus alimentos para 190 países. “A indústria de alimentos representa 10,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro”, afirmou.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), referentes a 2023, mostram que o Brasil exportou 72,1 milhões de toneladas de alimentos industrializados, ultrapassou os Estados Unidos em volume exportado e assumiu a liderança desse ranking.

No final da apresentação, Luis Madi citou o novo projeto do Ital Comer com Ciência, lançado em outubro de 2024. O objetivo do projeto é comunicar de forma direta, clara e imparcial a realidade e a importância do processamento de alimentos em todos os ambientes. Neste caso, destacando exemplos de produtos alimentícios e sua relação com a saúde, reforçando a credibilidade da pesquisa científica e dos órgãos certificadores e reguladores nas áreas de alimentos, bebidas, ingredientes e embalagens.

“Estamos mudando o foco da disseminação do conhecimento para além do público técnico”, arrematou Madi, ao criticar o “ativismo organizado” que, segundo ele, combate os alimentos industrializados.

Outra expositora, a nutricionista Márcia Terra, membro da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), pontuou a diferença entre segurança alimentar e de alimentos.

“A segurança alimentar envolve disponibilidade, acessibilidade, estabilidade e utilização de alimentos”, explicou Márcia. Diz respeito à garantia de que todas as pessoas tenham acesso físico, social e econômico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos.

A segurança de alimentos refere-se ao conjunto de práticas, normas e processos que garantem que os alimentos sejam seguros para o consumo humano. “Não é porque saiu da indústria que o alimento é mais ou menos saudável”.

Isso inclui o controle de contaminantes químicos, biológicos e físicos, a regulamentação do uso de aditivos, a inspeção durante o processamento, embalagem, transporte e armazenamento, além da aplicação de tecnologias para evitar doenças de origem alimentar. “Certificar-se de que um lote de leite de soja esteja livre de microrganismos prejudiciais à saúde”, exemplificou Márcia Terra.

Já a nutricionista e coordenadora técnica de nutrição do Sesi-SP, Camila de Lima, destacou que erradicar a fome com qualidade é um desafio complexo que requer ações integradas e multidisciplinares, envolvendo governos, setor privado, organizações não governamentais e a sociedade civil.

Camila mencionou a importância da alimentação escolar (pública e privada). Segundo ela, pesquisa da Public Health Nutrition, de 2023, mostra que as crianças que recebem alimentação adequada têm desempenho 20% melhor em avaliações escolares.

Para ela, educar para uma alimentação saudável e sustentável é um passo fundamental para garantir que todos tenham acesso a alimentos de qualidade.

“No Sesi-SP, (quase 100 mil alunos) trabalhamos para enfrentar esses desafios com programas que promovem a formação de hábito alimentar saudável, educação alimentar e o aproveitamento integral dos alimentos, reduzindo o desperdício e melhorando a qualidade nutricional”, finalizou Camila

Aldo Cargnelutti

Empresário e jornalista, Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

+55 11 94040-5356 / rede@brasilinovador.com.br

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