A ciência é uma constante reconstrução, afirma diretor-presidente do CGEE em mesa da 5ªCNCTI
Neste ano, o tema da conferência é “Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
A “Evolução da ciência no Brasil e no Mundo” foi um dos temas debatidos no primeiro dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), nesta terça-feira (30). O evento acontece até o dia 1º de agosto, em Brasília (DF). Durante a sessão especial, os debatedores falaram sobre a repetição de desafios na área.
Para o diretor-presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Fernando Rizzo, várias das pautas abordadas na edição anterior da conferência, que ocorreu em 2010, seguem atuais. “Muitos dos desafios daquela época continuam os mesmos hoje. É interessante nós percebermos que os quatro eixos que estão sendo pautados hoje na conferência são quase os mesmos de 14 anos atrás. Isso mostra que a ciência é uma constante reconstrução”, afirmou.
Em 2010, o tema da 4ª CNCTI foi “Política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação com vista ao Desenvolvimento Sustentável”. Neste ano, o tema é “Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
Em complemento, o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Glaucius Oliva, citou o Livro Azul, produzido por cientistas e pesquisadores como resultado da 4ª CNCTI. “A história mostra que a ciência, tecnologia e inovação evolui de maneira diferenciada no tempo e espaço das nações e, consequentemente, as oportunidades para o seu desenvolvimento mudam em função dos momentos históricos e a condição dos países”, disse.
Produção científica
De acordo com dados da Web of Science (WOS), entre 2010 e 2024, foram publicados em seu portal um total de mais de 26 milhões de artigos. Desse total, cerca de 755 mil foram produzidos com a participação de pelo menos um autor vinculado a instituições brasileiras. Ainda assim, nesse período, foi possível ver que houve a maior diversificação nas colaborações internacionais entre o Brasil e outros países.
Ainda segundo o WOS, entre 2010 e 2023, a categoria de Ciências da Vida e Biomedicina, que engloba 76 áreas de pesquisa, representou cerca de 56% dos 755 mil artigos publicados.
Apesar disso, Oliva considera que a ciência sozinha não é capaz de realizar uma evolução. “Apenas crescer na produção científica não resolve. Ela precisa ser justa e ter impacto na nossa sociedade”, disse o pesquisador.
Isso pode ser visto, segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Lívio Amaral, na distribuição do número de pesquisadores por estado. “Como é bem-sabido, há uma forte predominância de pesquisadores na região Sudeste e Sul. Mas há o crescimento no Norte e Nordeste”, afirmou.
De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao MCTI, o maior número de estudiosos se concentra no Estado de São Paulo, sendo seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Segundo o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), em 2010, haviam cerca de 3 mil programas de pós-graduação distribuídos em 194 municípios brasileiros. Em 2022, esse número subiu para 4,7 mil, em 324 municípios.
Parabéns!