Negócios acelerados pelo Hub de Inovação Climática regeneram 51 mil hectares e evitam mais de mil toneladas de CO₂. Foto: divulgação

Hub de Inovação Climática leva três startups aceleradas para a COP30

Iniciativas ambientais lideradas por startups movimentam a COP30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), promete ser um marco na agenda ambiental brasileira e mundial, não será palco apenas para líderes de Estado e grandes corporações; o ecossistema de inovação climática do Brasil também terá destaque. No epicentro dessa mobilização estão as chamadas greentechs, startups que desenvolvem tecnologias focadas em solucionar desafios ambientais.

Um grupo dessas empresas, selecionadas e impulsionadas pelo Hub de Inovação Climática, executado pelo Impact Hub São Paulo, está em fase final de preparação para apresentar seus resultados e soluções na conferência. Ao todo, os negócios acelerados pelo programa regeneram 51 mil hectares e evitam mais de mil toneladas de CO₂.

“Estar na COP30 com as três startups aceleradas é uma forma concreta de mostrar que a inovação brasileira já está pronta para responder à emergência climática. Cada uma dessas soluções representa escolhas que regeneram, conectam e transformam territórios e é justamente isso que a nossa campanha “O clima está nas escolhas” reforça. Essa presença também é resultado de uma mobilização coletiva: o Impact Hub Brasil está atuando, de forma unificada, para fortalecer o ecossistema de inovação climática e amplificar o protagonismo das soluções criadas. Contribuir para a nova economia climática não é algo que decidimos fazer uma vez; é uma escolha diária que reafirmamos em cada ação, cada decisão tomada, dentro do Impact Hub e junto aos nossos parceiros”, explica Henrique Bussacos, sócio e diretor do Impact Hub São Paulo.

Uma das três startups selecionadas pelo HIC para apresentar suas soluções e resultados na COP30 é a ForestiFi. Sediada em Manaus (AM), a startup facilita investimentos em cadeias produtivas da Amazônia por meio de ativos da natureza. Sua plataforma inovadora permite a criação e comercialização desses ativos digitais rastreáveis via blockchain, conectando investidores a projetos sustentáveis que promovem a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico local. Dessa forma, a ForestiFi contribui para a valorização dos recursos naturais e a proteção dos territórios ao gerar novas fontes de renda para agricultores e extrativistas, permitindo a monetização sustentável desses recursos, fortalecendo a bioeconomia, o desenvolvimento regional e a qualidade de vida das comunidades locais.

Os resultados impressionam: Desde a sua fundação, a ForestiFi já transacionou R$ 2 milhões em vendas de ativos, com quatro startups ou cooperativas beneficiadas. 2.000 hectares de reserva legal foram conservados, tendo 200 famílias e 5 organizações comunitárias apoiadas. “O Hub de Inovação Climática está sendo essencial para nossa agenda na COP30. Isso é um reconhecimento do esforço de todo esse trabalho que a gente vem desenvolvendo para inovar os mecanismos de investimento nas operações das cadeias produtivas da bioeconomia na Amazônia. Participar do Hub de Inovação Climática também viabiliza alguns canais que certamente nós teríamos dificuldades de acessar por conta própria”, Macaulay Abreu – Co-fundador da ForestiFi.

Outra greentech selecionada e acelerada pelo Hub de Inovação Climática é a Apoena Bioindustrial. A empresa de impacto socioambiental valoriza integralmente o coco babaçu, transformando-o em soluções sustentáveis de alto valor agregado para os setores alimentício, cosmético, energético e agroindustrial. Entre os produtos desenvolvidos está o bioativo automotivo (ABA), que aumenta a eficiência energética no agronegócio reduzindo o consumo de combustível, os custos operacionais e as emissões de CO2. Já são 238 toneladas de coco processadas integralmente, 95 hectares de babaçu preservados e 3,5 toneladas de CO₂ compensadas com o uso do bioativo ABA, tendo beneficiado diretamente 36 famílias.

“Participar da COP30 é a oportunidade de mostrar que a Amazônia é também um território de soluções sustentáveis, onde inovação, impacto social e regeneração ambiental caminham juntos. Chegar até esse espaço através da aceleração do Hub de Inovação Climática foi um grande aprendizado. O programa nos ajudou a fortalecer o modelo de negócio, ampliar conexões estratégicas e estar mais preparados para mostrar ao mundo o potencial transformador da cadeia do babaçu. A COP30 nos oferece a chance de apresentar a potência do coco babaçu, um recurso ancestral e abundante, como base para produtos de alto valor agregado que geram renda, dignidade e novas oportunidades para as comunidades da floresta”, Márcia Werle, CEO e fundadora da Apoena Bioindustrial.

A Genera Bioeconomia também vai apresentar suas soluções e resultados na COP30. A startup transforma áreas degradadas na Amazônia em florestas produtivas, criando uma plataforma que potencializa ativos florestais não madeireiros e reduz custos para negócios da sociobioeconomia. A empresa produz em escala e preço competitivo commodities nativas como cacau e açaí e outros ativos menos explorados, gera créditos de carbono pela restauração, digitaliza as florestas restauradas em NFTs na blockchain e utiliza práticas de agricultura regenerativa. Com isso, contribui para a recuperação ambiental, o fortalecimento da bioeconomia nacional e verticaliza a cadeia de restauração florestal, promovendo novos modelos sustentáveis para a Amazônia. Ao todo, já foram 5 hectares restaurados e modelos de bioeconomia circular implementados. A startup está realizando uma captação de R$11 milhões em investimentos, já tendo captado R$7 milhões deste total.

Para Rebeca Knijnik, co-fundadora da Genera Bioeconomia, participar da COP30 representa muito mais do que visibilidade. “É uma oportunidade de mostrar que existem soluções brasileiras baseadas na natureza capazes de escalar a restauração de áreas degradadas, contribuir de forma relevante no combate aos efeitos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento local e fortalecer a bioeconomia da floresta. E estar na COP com o apoio do Impact Hub reforça que impacto e negócios caminham juntos. Essa parceria nos conecta a uma rede global de empreendedores climáticos e potenciais investidores, além de abrir portas para colaborações estratégicas. A Amazônia é o epicentro da bioeconomia mundial e estar em Belém, na COP30, é uma oportunidade única, mas precisamos ir além das formalidades. É hora de tomar decisões concretas, com base em soluções reais, para enfrentar a crise climática com a urgência que ela exige.”

HIC – Hub de Inovação Climática

O Hub de Inovação Climática é fruto da cooperação entre Brasil e Alemanha, no âmbito da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI) e implementado pela GIZ, com impulso da CATAL1.5ºT e realização do Impact Hub São Paulo, com o objetivo de fortalecer o setor de tecnologia climática no país.

Esta edição piloto selecionou e acelerou 15 empreendimentos climáticos em fase de operação, com foco na Amazônia e alinhamento com as metas da COP 30. O programa oferece mentoria especializada, acesso a investimento/cofinanciamento, conexões estratégicas e participação na COP 30 para os 3 primeiros.

Os negócios escolhidos, de todo o país, já atuam na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e desenvolvem soluções de mitigação e adaptação climática em áreas como regeneração, bioeconomia, monitoramento, energia limpa e transporte de baixa emissão para a Amazônia Legal.

Impact Hub São Paulo

O Impact Hub São Paulo é o primeiro Impact Hub do Brasil e um dos mais antigos do mundo, com 18 anos de atuação. Reconhecido como a maior aceleradora de startups de impacto do país, já apoiou mais de 700 negócios. Foi executor do IdeiaGov, maior programa de inovação aberta para governo da América Latina, e hoje é referência nacional em políticas públicas de inovação e empreendedorismo. É um dos articuladores da estratégia nacional Elas Empreendem, instituída pelo governo federal em 2024, onde atua no desenvolvimento do Índice de Empreendedorismo Feminino e na curadoria de soluções que podem se transformar em políticas municipais, como em Campinas na área de saúde pública.

Companhia de Impacto

A Companhia de Impacto é o primeiro grupo de negócios do Brasil 100% dedicado ao impacto socioambiental positivo. Reúne iniciativas como os Impact Hubs de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Cuiabá, além da empresa Salto Inclusão Produtiva e do fórum Impacta Mais. Ao longo de mais de 18 anos de atuação, já acelerou mais de 700 startups de impacto e consolidou-se como referência nacional na criação de ecossistemas que combinam inovação, inclusão produtiva, políticas públicas e empreendedorismo com propósito.

Rede Brasil Inovador

Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

rede@brasilinovador.com.br / +55 11 94040-5356

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ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO

Para pesquisar municipais,
selecione nacionais e estaduais.

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