Negócio, Dados, Tecnologia e Pessoas são essenciais nesse novo modelo de negócio, apontam especialistas em painel no Tecnopuc Experience
Quantas vezes você ouviu falar em inteligência artificial nos últimos dias? O tema também parece estar onipresente nas planilhas dos investidores: segundo a Gartner, os investimentos globais em IA devem chegar a US$ 1,5 trilhão em 2025 e passar de US$ 2 trilhões em 2026.
Apesar da alta expectativa do mercado, transformar as soluções de IA em negócios sustentáveis é um desafio que muitas iniciativas não conseguem superar. A primeira conversa ocorrida no NAVI, hub de Inteligência Artificial e Ciência de Dados, no Tecnopuc Experience, apresentou alguns caminhos.
Eduardo Colla De Bastiani, data scientist na DataLakers, começou a palestra apresentando um número que dimensiona o problema: segundo estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), 95% dos projetos privados de IA generativas geram pouco ou nenhum resultado financeiro.
Sendo assim, ao desenvolver uma solução de inteligência artificial, o que fazer para que a iniciativa fique entre os 5% que têm êxito? De Bastiani adverte que não existe receita de bolo, mas apresenta boas práticas recomendáveis, divididas em quatro pilares:
Negócio: estabelecer indicadores para definir o sucesso da solução e começar pelo problema, e não pela tecnologia.
Dados: garantir informações acessíveis e confiáveis, acesso unificado e compliance.
Tecnologia: simplicidade da tecnologia, integração com os fluxos internos da empresa e custo-benefício da solução.
Pessoas: times multidisciplinares, conhecimento cruzado e cultura da experimentação.
“Sozinho, cada pilar não resolve muita coisa. Mas, juntos, eles preparam o terreno”, explica De Bastiani, que colocou essas ideias em prática em um trabalho desenvolvido em parceria com a PUCRS, apoiando uma pesquisa semestral sobre a experiência dos estudantes de graduação. O resultado ajudou a universidade a ter uma visão mais completa, com insights estratégicos que servirão como base para decisões.
Quando a aplicação prática das soluções de inteligência artificial é validada e consolidada, os desafios não acabam, apenas mudam. Além das já difundidas ferramentas de IA generativa, como ChatGPT e Gemini, um dos eixos de evolução da inteligência artificial estará nos Task Oriented Agents, agentes de IA com capacidades como memória e planejamento e autonomia para fazer consultas e executar tarefas fora do contexto da geração de conteúdo.
Esse foi o tema da palestra de Kairo Tavares, arquiteto sênior de IAM na HPE GreenLake, que compartilhou com a plateia os riscos dessa autonomia. “Um exemplo bem simples: tenho uma reunião e gostaria de incluir isso na minha agenda. O agente vai entender o pedido, descobrir que tem acesso à agenda e incluir o compromisso nela”, ilustra.
Pode parecer banal. Mas imagine uma situação em que o agente está autorizado a acessar a sua conta bancária e fazer compras? É mais um dos diversos desafios que esperam desenvolvedores, empreendedores, acadêmicos e usuários na próxima fronteira tecnológica.
Este conteúdo é um oferecimento do TIC em Trilhas, uma iniciativa que oferece, de forma gratuita e online, trilhas de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação a partir de metodologias ativas de aprendizagem e com apoio de mentores e monitores especializados. A iniciativa integra o projeto Residência em TIC 02, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei n° 8.248/91, sob coordenação da Softex e diversos parceiros e instituições renomadas com expertise na área.