Os hábitos alimentares da população, hoje, dão indícios dos problemas de saúde que a sociedade terá de enfrentar num futuro breve. Foto: divulgação

Startup Fitlab já reúne 1,4 milhão de refeições para auxiliar planejamento farmacêutico

“Para isso, no entanto, são necessários dados atualizados, constantemente analisados e transformados em indicadores”, avalia especialista em uso da inteligência artificial para a promoção de dietas saudáveis

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que uma dieta não saudável aumenta fatores de risco para doenças cardiovasculares, diabetes e cânceres. Aqui no Brasil, estudo da Universidade de São Paulo (USP) e da Fiocruz mostra que o crescimento de 10% no consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco 3% maior de morte precoce.

Mas como se dá o embasamento científico da indústria farmacêutica e da medicina, que lhes permite se antecipar e planejar investimentos na criação de medicamentos, tratamentos e terapias para lidar com problemas que podem surgir amanhã, decorrentes dos hábitos alimentares atuais?

A resposta está na oferta de indicadores, isto é, dados constantes, atualizados, sobre refeições e alimentos mais usuais, cruzados com outras informações como faixa etária, sexo, condições socioeconômicas, rotina de atividades físicas, dentre outras.

E bingo: hoje está ainda mais fácil obtê-los. Grande parte desses dados está concentrada nas diversas tecnologias disponíveis no mercado, capazes de mapear hábitos de forma detalhada. Só em 2024, aplicativos de fitness foram baixados 850 milhões de vezes em todo o mundo, segundo a Business of Apps. Ou seja, uma verdadeira fonte de informações sobre comportamentos e padrões alimentares das pessoas.

Somente em uma startup brasileira especializada em promoção de dieta saudável, a Fitlab, já são quase 1,4 milhão de refeições registradas, realizadas pelos 55 mil usuários de seu aplicativo. O planejamento dessas refeições e os hábitos alimentares efetivamente realizados são comunicados constantemente por esses usuários, para que a IA do aplicativo indique combinações e receitas para a promoção de uma alimentação saudável.

“São dados fundamentais para a indústria farmacêutica planejar e direcionar seus investimentos. Também para clínicas, hospitais e toda a estrutura de um sistema de saúde se preparar para futuras doenças que, pelos hábitos alimentares atuais, tornam-se previsíveis”, avalia a fundadora e CEO da Fitlab, Renata Ikeda, que acompanha de perto a evolução desses dados no sistema da startup.

Conforme ela ressalta, diversos estudos científicos, produzidos e divulgados com regularidade, têm correlacionado hábitos alimentares com ocorrência futura de problemas de saúde. Com a maior capacidade de geração, cruzamento e análise de dados proporcionada pela inteligência artificial, essa relação de efeito e causa pode ser mais dinâmica, acessível e assertiva.

Na própria Fitlab, estimular a geração de dados entre os clientes tem sido uma estratégia. Renata Ikeda revela que a startup está preparando diversas pesquisas, com sua base de usuários, para entender com mais profundidade e precisão os hábitos alimentares de seu público.

Público esse que, por sinal, é de tamanho considerável e está se expandindo. Só do primeiro para o segundo semestre deste ano, cresceu 10%, passando de 50 mil para os atuais 55 mil usuários. O número de refeições realizadas por esses clientes subiu, proporcionalmente, ainda mais: de 1 milhão para quase 1,4 milhão.

“Vemos, como demonstra estudo da USP e Fiocruz, que o aumento de ultraprocessados em oito países, incluindo o Brasil, aumentou 10% de 2023 para 2024. Esses produtos, segundo a mesma pesquisa, chegam a representar de 15% a 55% das calorias diárias. Se tivermos esses hábitos cotidianamente acompanhados, como fazemos na Fitlab, teremos melhores condições para nos antecipar aos problemas”, considera a especialista.

Renata Ikeda cita ainda a série histórica de outro levantamento, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Entre o final da década de 1980 e a primeira década dos anos 2000, a aquisição de hortaliças per capita na população brasileira despencou de praticamente 100% para 61%. Já a compra de bebidas não alcoólicas, como refrigerantes, quase dobrou. “Esses indicadores nos dariam indícios do que hoje, quase 20 anos depois, estamos enfrentando”, observa.

MAIS INFORMAÇÕES
Sobre a Fitlab: https://www.fitlab.com.br/

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