Especialistas destacam avanços no diagnóstico e tratamento, importância da reabilitação e papel da alimentação na redução dos riscos da doença. Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp

Inovação, acolhimento e prevenção marcam debate na Fiesp sobre câncer de mama

Lúcia Rodrigues

O Brasil deve registrar cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama em 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em 2023, mais de 20 mil mulheres morreram em decorrência da doença, com as regiões Sul, Sudeste e Nordeste apresentando as maiores taxas de mortalidade.

Para debater avanços e inovações no diagnóstico e tratamento, além de temas como reabilitação, acolhimento e alimentação como forma de prevenção, o Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp reuniu especialistas na segunda-feira (13/10).

Na abertura, Marta Livia Suplicy, presidente do Confem, destacou que atitudes como doar mechas de cabelo, arrecadar lenços e perucas são importantes, mas que, neste “Outubro Rosa”, o Conselho optou por aprofundar discussões essenciais sobre os novos caminhos para o tratamento e a cura.

“O “Outubro Rosa” é muito importante, mas precisamos pensar no assunto e agir os 365 dias do ano. Hoje há inovações, avanços no diagnóstico por imagem e na detecção precoce do câncer de mama, que podem e salvam vidas”, afirmou Marta Livia.

Em seguida, Simone Reis, CEO da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), falou sobre as inovações no diagnóstico por imagem e a importância da detecção precoce. Segundo ela, identificar a doença em estágios iniciais aumenta as chances de cura em até 95%.

“O diagnóstico precoce é um divisor de águas dentro do tratamento e, para isso, é essencial realizar exames”, ressaltou.

Simone explicou que as tecnologias mais recentes incluem a tomossíntese (mamografia 3D), que cria imagens em “fatias” finas da mama, oferecendo uma visão mais detalhada em comparação à mamografia convencional, que é bidimensional. Essa técnica aumenta em até 30% a chance de detectar câncer de mama e reduzir falsos positivos — exames que indicam a presença da doença quando ela não existe.

No tratamento, as inovações abrangem terapias-alvo, como o  trastuzumabe entansina, indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2- positivo em estágio III (já disponível no SUS), imunoterapia, medicina de precisão baseada em biomarcadores e procedimentos minimamente invasivos, como a crioablação. Também cresce o uso da análise genética para diagnósticos mais assertivos.

A fisioterapeuta Giani Fonseca, fundadora do projeto FisioOnco, que oferece reabilitação gratuita a pacientes mastectomizadas do Sistema Único de Saúde (SUS), relatou que, em três anos, o projeto já atendeu 100 mulheres.

“Atendemos mulheres de 27 a 70 anos. A maioria não foi diagnosticada precocemente — muitas deixaram de fazer a mamografia por medo. Por isso, o “Outubro Rosa” é fundamental para informar e apontar caminhos”, afirmou.

A nutricionista Elaine Pádua ressaltou que entre 30% e 50% dos casos de câncer podem ser prevenidos com hábitos alimentares e de vida saudáveis. A alimentação, explicou, influencia tanto na formação quanto na progressão tumoral, atuando na redução da inflamação crônica, modulação do sistema imunológico, proteção do DNA e controle do peso corporal e da resistência à insulina.

“O foco não está em alimentos isolados, mas em um padrão alimentar protetor, baseado em alimentos naturais e minimamente processados”, observou Pádua.

Ela reforçou que alimentação, atividade física, sono de qualidade e manejo do estresse são pilares complementares da prevenção.

“Prevenir o câncer começa no prato, mas envolve também um estilo de vida que nutre o corpo, a mente e as células”, concluiu.

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