O Mercado Livre de Energia consolida-se como uma alternativa estratégica para empresas que buscam reduzir custos, ampliar a competitividade e adotar práticas mais sustentáveis. O assunto foi abordado durante a programação desta quinta-feira (16) na Mercopar, a maior feira de inovação industrial da América Latina. Segundo o analista de projetos e mediador do painel, Cleverton Paranhos, esse mercado é um modelo que muda completamente a forma como as empresas compram energia atualmente. A Mercopar é uma realização do Sebrae RS e do Sistema FIERGS e segue até dia 17/10 no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva, em Caxias do Sul.
Cleverton explicou que, antes era preciso contratar diretamente com a concessionária. Agora, com o mercado livre, essa intermediação não é mais necessária. “A empresa pode escolher uma comercializadora de energia, que negocia os contratos de forma mais flexível e, geralmente, com preços mais competitivos. Por isso, o mercado livre tem ganhado espaço e passado a atender cada vez mais empresas”, diz ele.
Nova fronteira para a indústria
Para Wolf Rowell, que faz parte da diretoria da Noale Energia, o avanço do mercado livre representa uma nova fronteira para a indústria. Ele destacou que o movimento de migração das empresas para esse modelo já é uma realidade consolidada, especialmente entre as de médio e grande porte. “O que estamos discutindo agora é o próximo passo, que é a autoprodução no mercado livre. É um conceito semelhante ao das residências com painéis solares, mas aplicado à escala industrial, com regulação específica e benefícios que vão desde a redução de encargos até a mitigação da volatilidade dos preços”, explicou.
De acordo com o especialista, essa transição marca uma etapa importante na maturidade das empresas quanto à gestão de energia. Além de reduzir custos diretos, a autoprodução fortalece o planejamento estratégico e contribui para metas de sustentabilidade. “A indústria é muito sensível a mudanças no preço da energia, e esse modelo ajuda a dar mais previsibilidade e segurança financeira. É um movimento que alia economia, eficiência e responsabilidade ambiental”, complementou.
Durante a apresentação, os representantes da Noale também compartilharam resultados práticos de projetos já implementados pela empresa, que demonstram retornos atrativos em um curto espaço de tempo. Com paybacks médios entre quatro e sete anos e taxas internas de retorno de até 30% ao ano, o modelo vem se tornando uma alternativa concreta de competitividade. “Algumas empresas já decidiram investir mesmo com o cenário de crédito ainda caro, justamente porque enxergam nisso uma forma de reduzir custos, cumprir metas ESG e agregar valor à marca”, destacou Wolf.
Autonomia no consumo de energia
A Electra também participou do painel destacando as vantagens da livre escolha do fornecedor de energia e como a gestão inteligente pode tornar o consumo mais eficiente e sustentável. Segundo o CEO da empresa, Franklin Miguel, a migração para o mercado livre não requer investimento direto do cliente, o que amplia o acesso ao modelo. “Mesmo a autoprodução, que foi abordada no painel anterior, pode ser viabilizada sem custos iniciais, dependendo do parceiro escolhido. O cliente não precisa investir em uma usina, porque o parceiro faz esse aporte, e os benefícios da autoprodução ficam para ele”, explicou.
Franklin destacou ainda que muitas indústrias têm interesse em gerar a própria energia, mas preferem concentrar recursos na atividade principal. “Com a autoprodução, é possível garantir economia, previsibilidade e sustentabilidade, criando um modelo de negócio em que todos ganham”, completou.