O Painel do Sebrae Convida, “Jogos e Biotecnologia: Diversidade e Riqueza nos Ambientes de Inovação”, realizado nesta terça-feira (14), reuniu três empreendedores para discutir trajetórias, desafios e conexões entre setores emergentes. Moderado por Alain Debus, coordenador estadual de inovação do Sebrae Paraná, o painel integrou a programação do segundo dia da 35ª Conferência Anprotec.
Marcus Vinicius Bezerra, coordenador do Núcleo de Inovação Territorial no Sebrae Nacional, contextualizou a iniciativa. “O objetivo do Sebrae Convida dentro da conferência Anprotec é aproximar os ambientes de inovação dos empreendedores”, afirmou. Segundo ele, painéis com empreendedores permitem reflexão sobre o fortalecimento dos ecossistemas. “Se a gente tem ambientes de inovação fortalecidos, nós teremos automaticamente novos empreendedores.”
A primeira a falar foi Camila Storti, que iniciou sua trajetória via Sebrae no Sistema B, programa de mentoria a 100 startups no Sul do Brasil. CEO da Abissal Capitalismo Saudável e conselheira da Nanoterra, empresa de nanoativos sustentáveis, ela destacou programas como Catalisa e CETI como divisores de água. Mas apontou um problema crítico: o que acontece depois da aceleração? “Como garantir continuidade com métricas de impacto socioambiental?”, indagou. Para Camila, a resposta está na gamificação, que permite rastreabilidade e transparência em cadeias de valor. “A conexão entre jogos e sustentabilidade é total”, afirmou.
O debate seguiu com Ramon Wanderley, que compartilhou sua experiência de incubação desde 2017. CEO da Moonite Games, estúdio de Recife com 5 milhões de usuários globais, ele iniciou o negócio durante a graduação e consolidou produtos como El Hero. A incubação, segundo Ramon, abriu seus olhos para conceitos como Product Market Fit e planejamento financeiro. “Faltam editais específicos para games, que ficam no meio do caminho entre arte e tecnologia, e apoio em comercialização pós-aceleração”, disse. Para ele, olhar games como meio, não como fim, abre portas para setores como saúde.
A perspectiva da pesquisa científica veio com Alana Vasconcelos, diretora e head de Pesquisa Científica da ADA Metaverse, hub de inovação na Universidade Tiradentes. O projeto já impactou 12 mil profissionais de saúde com simulações imersivas via inteligência artificial e expande para educação básica. Alana apontou a necessidade de estreitar laços com instituições de pesquisa. “Hubs universitários como o Tiradentes Innovation Center são fundamentais”, destacou. O desafio, segundo ela, está em definir foco para aplicação de IA. “No nosso caso, simulações de saúde. Rastreabilidade via IA nos permite identificar oportunidades reais.”
Nos recados finais, Ramon pediu apoio à comercialização inicial e pós-aceleração em games. Camila enfatizou a importância de começar pelo propósito, que sustenta a resiliência nas crises. Alana reforçou que a transformação humana move ecossistemas de inovação.
Sobre a 35ª Conferência Anprotec
A 35ª Conferência Anprotec acontece de 13 a 16 de outubro de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), com o tema “Ecossistemas colaborativos e integrados à inovação global”. O evento é promovido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A realização local é do Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação do Paraná (Separtec), da Fundação Araucária, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Governo do Estado do Paraná.
