Os estudantes brasileiros conquistaram 9 medalhas de ouro e 1 de prata na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA) - Foto: Divulgação/Instagram OBA

Estudantes brasileiros brilham na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica 2025

Competição internacional reuniu jovens de 14 países. Participação brasileira é fruto de parceria entre MCTI e CNPq

O Brasil conquistou um feito inédito na 17ª edição da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (Olaa), no Rio de Janeiro e em Barra do Piraí (RJ). A equipe brasileira, composta por dez estudantes de diferentes regiões do País, subiu ao pódio com nove medalhas de ouro e uma de prata, demonstrando a excelência e o potencial da nova geração de cientistas nacionais.

O sucesso na competição, que ocorreu de 1º a 7 de setembro e reuniu 74 jovens de 14 países, é um reflexo do trabalho e do apoio de instituições como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que atuam no fomento à popularização da ciência e na identificação de novos talentos. A Olaa é um desdobramento do trabalho de base da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que anualmente mobiliza milhões de estudantes em todo o País.  

Os jovens brasileiros participaram de provas teóricas, práticas e observacionais, que incluíram desde desafios em planetário até testes com lunetas e telescópios. Houve ainda atividades de construção e lançamento de foguetes de garrafa PET. Além das disputas, as delegações fizeram uma excursão ao Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG), onde conheceram a infraestrutura científica do País voltada à observação do universo.  

Desempenho dos brasileiros 

A equipe brasileira se destacou nas premiações em grupo e nas individuais. Os estudantes conquistaram o prêmio de melhor prova teórica e melhor prova de foguetes em equipe, além de melhor prova observacional e melhor prova teórica individual.  

Os medalhistas de ouro foram: Felipe Maia Silva (Fortaleza, CE), Filipe Ya Hu Dai Lima (Fortaleza, CE), Lucas Praça Oliveira (Fortaleza, CE), Isabela Xavier de Miranda (Rio de Janeiro, RJ), Luís Fernando de Oliveira Souza (Cassilândia, MS), Eyke Cardoso de Souza Torres (Ourilândia do Norte, PA), Guilherme Waiandt Moraes (Fortaleza, CE), Gustavo Globig Farina (Fortaleza, CE) e Larissa França Souza (Goiânia, GO). A medalha de prata ficou com João Victor Evers Cordeiro (Fortaleza, CE).  

A trajetória dos medalhistas começou na OBA 2024, quando foram selecionados entre os 50 melhores participantes do País. O coordenador da competição, João Batista Garcia Canalle, em participação no Encontro de Astronomia do Nordeste (Eane), destacou a importância da olimpíada na formação de novos talentos, ressaltando que, neste ano, a OBA mobilizou mais de 1,5 milhão de estudantes. “Essa é a forma mais eficaz de popularizar a astronomia e a astronáutica no Brasil”, frisou Canalle.   

OBA  

A OBA, criada em 1998 pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), é a porta de entrada para competições internacionais como a Olaa. Segundo o presidente da SAB, Hélio Jaques Rocha Pinto, a entidade oferece o respaldo acadêmico para a competição, organizada por um grupo de diretores e coordenado por Canalle  

Para o presidente da SAB, Hélio Jaques Rocha Pinto, a conquista das medalhas reforça a capacidade da astronomia de inspirar a juventude e atuar como um motivador para a discussão de outras áreas da ciência. Ele ressaltou a importância de mostrar que o conhecimento científico tem grande valor, especialmente em uma era de busca por fama inconsequente.  

“Ao premiar estudantes de destaque, a OBA serve como exemplo concreto de que o conhecimento científico tem grande valor. Outros jovens podem identificar-se com esses alunos e perceber que no Brasil há espaço para a excelência acadêmica e para a valorização de suas habilidades”, afirmou o presidente.  

O processo de seleção da OBA inclui diversas etapas de treinamento intensivo com professores e estudantes universitários, garantindo que os jovens estejam totalmente preparados para representar o País. “O treinamento é feito por professores de física e astronomia, auxiliados por estudantes universitários dessas áreas do conhecimento. A equipe selecionada para representar o Brasil nas olimpíadas internacionais passou por várias dessas etapas”, explicou Hélio Jaques, que destaca que a OBA é um grande estímulo para o aprimoramento intelectual, e que a maioria dos premiados segue em busca de carreiras acadêmicas de destaque.  

MCTI e CNPq  

O sucesso da equipe brasileira na OLAA 2025 não seria possível sem o apoio contínuo do MCTI e do CNPq. O coordenador dos Programas de Pesquisa em Educação, Popularização e Divulgação Científica do CNPq, Guilhermo Vilas Boas, ressaltou que a conquista das medalhas demonstra a consolidação do esforço de longo prazo no incentivo ao desenvolvimento do conhecimento em astronomia e astronáutica. 

Segundo Vilas Boas, o resultado de nove ouros e uma prata reflete diretamente o apoio de ambas as instituições. “Tanto o CNPq quanto o MCTI tem aportado recursos para a realização de dezenas de olimpíadas científicas, em diversas áreas do conhecimento, que possuem abrangência em todo território nacional, e a quase totalidade delas está alinhada e/ou credenciada para enviar equipes para competições internacionais, representando o Brasil”, ressaltou. 

Vilas Boas também destacou a importância do trabalho de base, citando o papel da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) no processo de seleção e preparo dos estudantes. A OBA é uma das iniciativas que o CNPq fomenta com o custeio dos eventos, e com a concessão de centenas de bolsas de iniciação científica júnior (ICJ) para os vencedores. “O CNPq realiza ações de fomento em olimpíadas científicas do conhecimento há mais de vinte anos, por meio de chamadas públicas. Dentre várias iniciativas apoiadas estão a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA)”, explicou. 

Para o CNPq, os resultados obtidos pelo Brasil na OLAA vão além do desempenho individual dos estudantes e refletem o impacto das políticas públicas de incentivo à educação científica. “Espera-se que a conquista desses estudantes possa ter um caráter incentivador e multiplicador, tanto entre os jovens estudantes quanto entre as escolas, professores e demais envolvidos no processo de formação científico e profissional como um todo. A sociedade brasileira precisa de exemplos e casos que possam inspirar mais e mais jovens a trilhar o caminho do letramento científico, neste caso, por meio da astronomia e astronáutica”, afirmou Vilas Boas. 

A diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes, também comemorou a conquista. “É uma felicidade imensa esse resultado do Brasil, e isso é fruto de um trabalho muito competente da Olimpíada Brasileira de Astronomia e da política que a gente vem investindo para fortalecer as olimpíadas em todas as áreas do conhecimento. O nosso esforço aqui no Pop Ciência é garantir que essa excelência dos organizadores seja apoiada pelo MCTI. Inclusive, no ano passado lançamos o maior edital já realizado, somando R$ 40 milhões em investimentos para feiras e olimpíadas científicas”, destacou Juana. 

Além disso, a diretora lembrou da experiência de acompanhar de perto a OBA. “Eu estive lá e vi como os estudantes se dedicam, montando seus foguetes, interagindo com os professores e aprendendo na prática. Por isso, é uma alegria imensa saber que uma olimpíada como a nossa, que tem força enorme no Brasil e distribui medalhas em todo o território nacional, esteja formando jovens capazes de conquistar resultados tão expressivos em competições internacionais”, completou. 

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Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

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