O Instituto Sistemas Complexos de Engenharia (ISCI), em conjunto com a WideLabs, lança o PatagonIA, uma plataforma de inteligência artificial soberana treinada completamente dentro do Chile, incorporando as especificidades do espanhol chileno. Impulsionada pela Oracle Cloud Infrastructure (OCI) e acelerada por GPUs da NVIDIA, o PatagonIA posiciona o Chile como líder regional em soberania de dados e autonomia tecnológica. Um exemplo do compromisso do ISCI com a pesquisa aplicada de impacto social, como já demonstrou nos setores de saúde, energia, transporte e segurança.
Soberania tecnológica, cultural e de dados
PatagonIA é uma família de modelos de IA soberanos, projetados especificamente para o Chile. A plataforma inclui um modelo de linguagem de grande escala (LLM) com capacidades avançadas de raciocínio para tarefas gerais, um modelo multimodal menor otimizado para reconhecimento de caracteres — permitindo interpretação eficiente de texto em documentos e imagens — e um modelo de voz para texto (STT) adaptado ao espanhol chileno, que melhora a precisão em sotaques e expressões locais.
Diferentemente dos LLMs dependentes de infraestrutura global, o PatagonIA foi treinado e implantado dentro do Chile, utilizando a infraestrutura de IA da OCI e GPUs da NVIDIA hospedadas no país. As capacidades soberanas de dados e IA da OCI garantem que as informações permaneçam dentro das fronteiras nacionais, ajudando organizações a cumprir exigências locais de localização, acesso, residência de dados e controles operacionais.
O framework NVIDIA NeMo permitiu criar um fluxo de trabalho eficiente e escalável, adaptado às necessidades do país. O processo de treinamento se baseou em desenvolvimentos da equipe de pesquisa da NVIDIA, reduzindo custos computacionais e acelerando os prazos de implementação sem comprometer precisão ou desempenho.
Impacto direto nas pessoas e setores estratégicos
PatagonIA é uma plataforma de IA soberana projetada para transformar setores estratégicos como governo, saúde pública, energia, transporte e justiça. Sua arquitetura está alinhada à Política Nacional de Inteligência Artificial do Chile e estabelece um padrão para novos marcos regulatórios sobre propriedade de dados e modelos de IA.
O PatagonIA foi treinado com um corpus curado e ajustado para compreender o espanhol falado no Chile, incluindo suas particularidades culturais, linguísticas e territoriais. É um marco para o desenvolvimento tecnológico do país e uma prova concreta de que a independência digital é possível na América Latina, fortalecendo o ecossistema regional de inteligência artificial.
Essas tecnologias de IA generativa já estão transformando a vida de milhões no Brasil e agora começam a fazê-lo no Chile, apoiando tanto o setor público quanto o privado com soluções adaptadas aos desafios locais e culturais do país.
Do Brasil ao Chile: experiência comprovada
O desenvolvimento do PatagonIA representa a evolução natural de uma visão tecnológica já testada na região. Inspirada na experiência do Amazônia IA — modelo desenvolvido pela WideLabs no Brasil e aplicado com sucesso em áreas estratégicas como saúde, justiça e administração pública —, esta nova plataforma transfere esse conhecimento para organizações chilenas, integrando capacidades locais com padrões internacionais.
“A experiência acumulada nos permite chegar ao Chile com conhecimento comprovado e aplicações concretas que já estão gerando impacto”, destaca Nelson Leoni, CEO da WideLabs.
A NVIDIA tem sido parceira estratégica, tanto tecnológica quanto conceitualmente, desde o início do projeto com a WideLabs. Seu papel como pioneira no enfoque de soberania em IA foi fundamental para estruturar a visão de Amazônia IA e PatagonIA como plataformas que não apenas respondem a necessidades locais, mas também reforçam a autonomia tecnológica, cultural e legal do país.
“Na NVIDIA, acreditamos firmemente no potencial transformador da IA soberana. PatagonIA é um exemplo concreto de como a tecnologia pode se adaptar às necessidades específicas de cada país, respeitando seus dados, seu contexto e sua cultura. Temos orgulho de impulsionar esse tipo de iniciativa que fortalece a autonomia tecnológica da América Latina”, afirma Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para a América Latina.
“A inteligência artificial não pode ser importada como um produto genérico: deve surgir da realidade cultural e social de cada país”, afirma Beatriz Ferrareto, sócia e diretora de desenvolvimento de negócios da WideLabs. “Com iniciativas como Amazônia IA e PatagonIA, nosso objetivo é que Brasil e Chile tenham seus próprios modelos, alinhados à sua identidade e soberania digital.”
“Isso também significa que os dados permanecerão dentro do país, sob legislação nacional, garantindo que aplicações críticas em setores regulados ou estratégicos — como governo, justiça, saúde e empresas-chave — estejam totalmente protegidas e sob controle local”, acrescentou Leonardo Basso, diretor do ISCI e professor da Universidade do Chile.
Um projeto latino-americano
A colaboração entre Brasil e Chile impulsiona a transferência tecnológica, o intercâmbio de conhecimento e a preservação cultural. Essa aliança regional é o primeiro passo para que cada país da região opere seus próprios modelos de IA com plena autonomia, sem depender de infraestrutura externa.
“Este marco, junto a inovadores como a WideLabs e a colaboração entre governo, setor privado e academia, demonstra que é possível desenvolver soluções de IA que respondam às necessidades do Chile”, afirma Vittor Lemos, diretor de vendas para o setor público da Oracle Chile. “As capacidades de nuvem distribuída da OCI, suas soluções soberanas e sua presença no Chile estão permitindo ao país impulsionar uma inovação em IA alinhada às suas prioridades nacionais.”
Uma colaboração estratégica de classe mundial
O desenvolvimento do PatagonIA foi possível graças à colaboração entre ISCI, WideLabs — como parceiro estratégico na geração do modelo — e as empresas de tecnologia Oracle e NVIDIA, que ofereceram infraestrutura e expertise de classe mundial. Essa aliança acelerou o desenvolvimento de casos de uso locais em IA, fortaleceu o ecossistema chileno de inteligência artificial e abriu novas portas para a inovação nacional.
“Este trabalho conjunto soma o melhor de cada parte: a experiência internacional da WideLabs, a tecnologia de ponta da Oracle e da NVIDIA, e a visão de ciência aplicada à realidade local do ISCI”, comenta Carla Vairetti, pesquisadora do ISCI e professora da Universidade dos Andes. “Assim, desenvolvemos um modelo chileno, treinado com nosso idioma e contexto, que tem impacto direto nas capacidades do país.”
Sobre a WideLabs
A WideLabs é uma empresa brasileira de Inteligência Artificial Aplicada, fundada em maio de 2020, reconhecida por humanizar a tecnologia e criar soluções que combinam criatividade, ciência e impacto real. Em sua trajetória e trabalhando com alguns dos maiores players do mundo, já recebeu dezenas de prêmios em festivais de criatividade e inovação de renome mundial, como Cannes Lions, LIA e Creative Floor. Com uma equipe multidisciplinar formada por especialistas em negócios, ciência, tecnologia e artes, a WideLabs desenvolve soluções que enfrentam desafios complexos e criam resultados transformadores para empresas e pessoas. Seu propósito é converter o potencial da IA em ferramentas práticas que fazem a diferença na vida dos seus clientes e usuários, sempre equilibrando humanidade, criatividade e rigor científico.
Mais informações em: https://www.widelabs.com.br/