Após cinco meses no Canadá, um grupo de jovens rurais do Rio Grande do Sul retorna ao estado trazendo na bagagem experiências que prometem transformar suas práticas no campo. A iniciativa fez parte do Programa Young Farmers, promovido pela Emater/RS-Ascar em parceria com entidades brasileiras e canadenses. Durante o intercâmbio, os participantes tiveram contato com novas técnicas de manejo, sistemas de irrigação, turismo rural e diferentes realidades da agricultura internacional.
A jovem Elaine Haas, de Barão, trabalhou em duas vinícolas orgânicas administradas por uma família indiana. Ela destacou as diferenças climáticas e de legislação em relação à produção orgânica. “Lá o clima era seco e a irrigação indispensável”, explicou.
Já Bruna Esgarbossa, de Caseiros, atuou em uma fazenda turística eco-friendly. Além de acompanhar atividades com gado leiteiro e de corte, ela trabalhou como guia de turismo, recebendo famílias e grupos escolares. “O que mais me chamou a atenção foi a diferença climática. Eles não conseguem aproveitar o solo o ano todo, como nós aqui. Além disso, me impressionou a acolhida das famílias canadenses, que me receberam como parte da casa”, relatou.
Para o presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz, a iniciativa fortalece a formação de novas lideranças no campo. “O programa Young Farmers amplia o horizonte dos jovens agricultores, estimula o empreendedorismo e prepara referências para o setor agropecuário e para suas comunidades. Esses jovens voltam com uma visão renovada, capazes de inspirar outros e dar continuidade à sucessão rural”, destacou Luciano, ao anunciar que nos próximos dias haverá uma reunião de avaliação deste primeiro grupo e para definir a estratégia para os próximos.
O diretor técnico da Instituição, Claudinei Baldissera, reforçou que o intercâmbio é também uma ferramenta de transformação. “Esses jovens retornam com conhecimentos técnicos, culturais e de gestão, e receberão acompanhamento da Emater para aplicar os aprendizados em suas propriedades e comunidades. É um legado que ultrapassa fronteiras e fortalece a agricultura familiar gaúcha”, avaliou.
Com o retorno dos participantes, a expectativa é que o conhecimento adquirido no Canadá se reflita em práticas mais inovadoras e sustentáveis nas propriedades rurais do RS.
