5ª Conferência Nacional de CT&I promove debate sobre ciência e tecnologia para o desenvolvimento social
Sondagem de dados para a construção de políticas públicas eficazes e mecanização da agricultura foram alguns dos pontos focais do diálogo
Ao longo da história, a ciência e a tecnologia se firmaram como pilares fundamentais para a sociedade, responsáveis por avanços que resultaram em melhorias na vida das pessoas em todo o mundo, em áreas como medicina, indústria e agricultura. A interseção entre esses dois campos e a tecnologia como ferramenta de apoio à sustentabilidade e ao desenvolvimento do Brasil foram alguns dos temas destacados na 5ª Conferência Nacional de CT&I, que acontece até o dia 1º de agosto, no Espaço Brasil 21, em Brasília (DF).
Sob a coordenação do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, e com a participação da diretora do Departamento de Gestão do Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Ieda Castro, e da professora da Faculdade de Engenharia da Universidade Agrícola da China, Yang Minli, a mesa de debates intitulada “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social” discutiu a aplicação dessas ferramentas de maneira estratégica e inclusiva.
Arruda deu início à conversa citando o antropólogo e educador brasileiro Darcy Ribeiro, que em seus estudos destacou a riqueza cultural e tecnológica das sociedades indígenas, enfatizando que elas desenvolveram um vasto conhecimento em diversas áreas muito antes da chegada dos europeus, sendo inovadoras em suas próprias práticas e tecnologias. “Esse povo todo fez muita ciência e desenvolveu muita tecnologia, e o faz hoje. Na Rocinha, uma das maiores favelas do país, o povo sobrevive e desenvolve tecnologia social todos os dias para que a vida seja efetivamente melhor. Estamos em busca desse casamento mais sólido entre a maioria esmagadora do povo e os nossos centros mais avançados de produção científica e tecnológica”, comentou.
À frente do principal instrumento de coleta de dados que reúne informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza, Ieda Castro abordou a necessidade de um levantamento de dados para a construção de políticas públicas eficazes. “Ainda se faz muita política assistencialista, sem embasamento científico, sem saber de fato onde estão as pessoas e o que elas necessitam. O Cadastro Único pode ser uma ferramenta que possibilita aos municípios fazer leituras do território. Não dá para, em um país como o Brasil, pensar em políticas homogêneas e padronizadas para toda a população. O Brasil é muito diversificado, e cada território tem segmentos e populações tradicionais, grupos especiais e específicos que precisam de um olhar diferenciado”, defendeu.
Encerrando a mesa de debates, a professora Yang Minli levou a discussão para o âmbito rural, trazendo exemplos do impacto positivo que a mecanização da agricultura teve na diminuição da pobreza na China. No país asiático, o uso de máquinas e tecnologias agrícolas, como tratores e colheitadeiras, melhorou a produtividade, aumentou a eficiência da produção e, consequentemente, proporcionou melhores condições econômicas para os agricultores. Essa melhoria nas condições de vida e na geração de renda ajudaram na superação da pobreza. “Esse maquinário transforma a agricultura familiar em sua produção e, assim, muda a condição de vida das pessoas”, afirmou.
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